SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O casal que estava no carro alvo de tiros disparados por um empresário na rodovia Castelo Branco, na altura de Boituva (interior de São Paulo), na tarde de sexta-feira (14) negou que estivessem armados naquele momento.
O autor dos tiros, identificado como Adriano Domingues da Costa, é procurado pela polícia. A Justiça acatou pedido de prisão pelo crime de tentativa de homicídio.
O advogado Luiz Carlos Tucho de Souza e Castro Valsecchi, que defende Costa, nega que seu cliente esteja foragido. Ele afirmou ter conversado nesta segunda-feira (17) com um delegado de Itapetininga sobre a apresentação de Costa.
O casal envolvido na ocorrência gravou um vídeo ao lado da advogada Náyara Souza para dar a versão deles sobre o ocorrido. O instrutor de armas e tiro William dos Santos Isidoro, 36, afirmou que não transportava armas no interior do automóvel.
“Eu sou instrutor de tiro, a gente conhece toda a legislação vigente. Sabemos que, no momento, não era possível estar armado. A gente não estava armado. Isso foi constatado pela polícia. Na hora que a gente parou no posto, a polícia constatou que não tinha nenhum armamento no carro como o pessoal está falando. É falso que a gente estava armado”, disse.
A esposa dele, Gabrielle Martinez Gimenez, 29, relatou que a confusão teve início após a colisão entre os veículos.
Ela afirmou que o carro conduzido por Costa estava em alta velocidade e bateu na lateral do automóvel do casal. Gimenez explicou que logo após pararem o carro Costa desceu armado e atingiu coronhada no veículo deles. Depois, em um segundo momento, quando falava com a central da PM, Costa atirou.
Na noite de sábado Valsecchi disse que seu cliente foi perseguido pelo outro motorista.
“Ele foi perseguido numa rodovia, jogaram o carro para cima do carro dele. Ele tentou fugir, o perseguidor estourou uma cancela de um pedágio, ficou atrás dele o tempo todo, imagens da concessionária vão demonstrar isso, e até que chegou no momento que ele parou e tirou a arma para fora”, disse Valsecchi.
“Depois que a coisa esquentou, ele, tendo a arma, fez essa bobagem. Não tivesse a arma, talvez estivesse morto também, não se sabe até onde o cara iria com essa perseguição”, acrescentou o advogado.
O casal nega que tenha perseguido Costa e argumenta que o motorista bateu no veículo deles e não parou para resolver a questão de forma amigável.
“Houve uma ultrapassagem pela direita por parte do veículo Hilux, atingindo o veículo dos meus clientes na parte lateral direita. Após meus clientes pediram para o atirador parar no acostamento para resolver a questão de forma amigável, ele começou a xingar e dizer que não ia parar que a culpa era dos meus clientes por ele ter batido”, disse a advogada Náyara Souza.
“Depois de alguns quilômetros eles pararam no acostamento o condutor da Hilux já saiu com arma em punho dando uma coronhada no vidro direito entrou no carro e evadiu-se. Alguns quilômetros mais à frente pararam novamente no acostamento momento em que o condutor da Hilux saiu novamente com a arma em punho gritando e fez os disparos”, acrescentou.
PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress