Intercâmbio com trabalho: empresas dos EUA e Portugal têm vagas abertas

TORONTO, CANADÁ (UOL/FOLHAPRESS) – Redes hoteleiras dos Estados Unidos e Portugal estão com vagas abertas para trabalhos temporários de universitários. A experiência poderá ajudar nas carreiras após formados.

As entrevistas e a contratação são online, e o intercambista dá entrada no visto no Brasil e embarca cerca de um ano depois, já contratado para uma vaga.

Todo o processo é intermediado por uma agência, como a IE Intercâmbio, STB e EF, que cobra para auxiliar o candidato no processo. O inglês é imprescindível, já que as vagas são para locais que recebem turistas internacionais.

Quem pode se candidatar para os EUA?

Universitários de graduação ou mestrado. O limite de idade para os programas é de 18 a 29 anos na agência IE intercâmbio. A STB tem programas para adolescentes a partir de 15 anos até jovens de 25 anos.

É preciso saber falar inglês. O nível exigido é intermediário. Além disso, precisa ter visto de trabalho temporário. Nos EUA, este é o visto J1.

Quem pode se candidatar para Portugal?

Universitários de graduação, pós ou mestrado ou jovens até cinco anos após formados. São recebidos estudantes universitários de 18 a 35 anos.

É preciso saber falar inglês. O nível exigido é intermediário. É preciso ter visto de trabalho temporário. Em Portugal, este visto é o E8.

Quanto custa?

O custo mais alto é de contratação da agência, que vai de R$ 8.000 a R$ 14.500. O pacote de serviços para Portugal é exclusivo da IE Intercâmbio, e custa R$ 8.000. Já para os Estados Unidos, custa cerca de R$ 14.500. Na STB, o valor é de R$ 11.500.

Além disso, tem a taxa consular, que vai de R$ 800 a R$ 1.000. O custo consular para os Estados Unidos é de quase R$ 1.000, sendo US$ 160 de taxa consular, mais US$ 35 de taxa de serviço. Já para Portugal, a taxa consular e o envio de documentos físicos custa cerca de R$ 800.

Há também os custos com passagens aéreas e seguro saúde. Todas essas despesas são por conta do candidato e podem variar. O candidato só deverá comprar a passagem quando estiver tudo certo com o empregador –e não quando decide entrar no processo de seleção.

O seguro de saúde geralmente está incluído no serviço da agência, e varia conforme o período que o candidato passará fora do país, a idade, e o que quiser cobrir. Caso não queira contratar o seguro da agência, também é possível cotar o seguro oferecido pelo cartão de crédito, desde que a compra da passagem seja feita com ele.

O participante que for para os EUA vai pagar por acomodação. A estimativa é de que fique entre US$ 300 a US$ 500 (R$ 1.500 a R$ 2.750) por mês.

“As agências aqui no Brasil têm parceria com as organizações que recrutam os empregadores lá fora e o acesso a eles tem custo, daí o preço. As agências de intercâmbio recrutam os trabalhadores, checam a elegibilidade deles (idade, nível de inglês, se estão em faculdades presenciais aqui etc.), ajudam a escolher o empregador, agendam a entrevista e preparam o candidato para a videochamada ou entrevista presencial (em uma feira de empregos no Brasil, por exemplo). A empresa ainda ajuda com toda a documentação, a preparação para o pré-embarque e a chegada do candidato ao destino”, explica Déborah Menezes, especialista em educação e carreira internacional na IE Intercâmbio.

Quanto vou ganhar?

Nos Estados Unidos, dá para tirar entre US$ 320 a US$ 680 por semana (cerca de R$ 1.600 a R$ 3.400). A média é de US$ 10 a US$ 17 por hora. A carga horária é de cerca de 32 a 40 horas semanais e varia conforme o empregador e a demanda.

Em Portugal, o salário médio é de 770 euros por mês (cerca de R$ 4.100), além de gorjetas. Isso equivale a uma jornada de 40 horas semanais. A estadia e a alimentação, com café da manhã, almoço e jantar, estão incluídas.

Quanto tempo vou trabalhar fora?

Os contratos variam de 2 meses e meio a 6 meses, dependendo do país. Para os Estados Unidos, o trabalho é nas férias de final de ano da faculdade –de dezembro a março, entre 10 a 12 semanas. Já para Portugal os contratos são de seis meses, entre abril e maio e, depois, de outubro a novembro.

Quais e quantas são as vagas abertas?

As áreas de turismo e hotelaria são as que mais têm vagas abertas. Resorts, estações de esqui, parques aquáticos e parques temáticos, hotéis, spas, restaurantes e lojas contratam para trabalhos como limpeza em geral, recepção, telemarketing, garçom, atendente de loja, caixa, auxiliar de cozinha, controle de almoxarifado, etc.

São cerca de 500 a 1.000 vagas por ano. Em 2023, só a IE Intercâmbio ofereceu 800 vagas para os Estados Unidos e 50 para Portugal.

“Para um jovem universitário, uma experiência de trabalho internacional em países como Portugal e Estados Unidos é um grande trunfo no currículo, capaz de capturar imediatamente a atenção dos empregadores em potencial. Hoje em dia, os principais recrutadores buscam candidatos que exibam habilidades interpessoais altamente desenvolvidas”, afirma Maria Laura Palermo, psicóloga e facilitadora de intercâmbio e imigração.

Em sua avaliação, o intercâmbio é um diferencial para o candidato. “Quando um recrutador se depara com um currículo que ostenta uma experiência de trabalho internacional, isso sinaliza que tem habilidades como resiliência, capacidade de desempenho sob pressão, colaboração e flexibilidade. Esse diferencial aumenta as chances de receber um convite para uma futura contratação”, avalia.

Onde vou trabalhar?

Nos Estados Unidos, em cidades na Flórida, como Tampa, além de Miami Beach, Wisconsin, Aspen, Pittsburgh e muitas outras. Todo o país costuma ofertar vagas.

Em Portugal, a região do Algarve é a que mais contrata. A rede Vila Galé é um dos contratantes com 27 hotéis espalhados por Portugal, em cidades como Beja, Évora, Elvas, Alter do Chão, Oeiras, Cascais, Sintra, Ericeira, Estoril, Lisboa, Coimbra, Serra da Estrela, Porto, Braga, Douro e Madeira.

Novo rumo à carreira

Quem já foi garante que a experiência vale a pena, conta a advogada Iara Rocha, 23 anos. Ela fez o intercâmbio para os Estados Unidos na temporada 2022/2023 pela IE Intercâmbios de Franca, no interior de São Paulo.

Iara diz que a experiência a ajudou a dar um novo rumo na carreira. “Escolhi trabalhar em um resort de esqui chamado Sugarbush em Warren, no estado de Vermont, vendendo os ingressos para entrar no resort. Foi ótimo, porque pude aprimorar demais a minha conversação e segurança no inglês”, afirma.

O nível de inglês garantiu a convivência com outros americanos, e ela pode praticar mais o idioma. Ela conta que, quando fez a entrevista, a recrutadora analisou o nível de inglês e decidiu a melhor posição. “Eu tinha amigas que eram camareiras e outras que trabalhavam na cozinha. No meu setor não tinha muitos intercambistas, era só eu e mais duas, outra brasileira e uma argentina. O resto eram locais, então foi muito interessante para ter contato com eles”, diz.

“É uma experiência única você viver e ter contato com uma nova cultura. Trabalhar em um ambiente diferente, conhecer pessoas novas. Por mais que seja um sonho viver um intercâmbio, a experiência traz responsabilidade e exige que você amadureça. Nós que tínhamos que cuidar de lavar nossa roupa, comprar comida, acordar no horário para não perder o ônibus”, relembra Iara.

BÁRBARA MUNIZ VIEIRA / Folhapress

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