SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O acesso à internet chega a 89% dos moradores de domicílios particulares no Brasil, segundo dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (12). Ao todo, são 180,6 milhões de moradores com conexão em casa. A porção sem acesso corresponde a 10,6% do todo (21,4 milhões).
Os dados consideram os moradores de domicílios particulares permanentes ocupados, que representam 99,5% da população. Essa classificação do IBGE se refere aos endereços construídos para habitação e que registraram a presença de moradores durante o período da coleta dos dados.
Não é possível comparar com o índice de 2010 porque o Censo da época considerava apenas conexão via computadores, enquanto a pesquisa atual contempla a conexão por qualquer dispositivo.
Em nível estadual, a proporção de moradores com conexão à internet varia de 75,2% no Acre a 96,2%, no Distrito Federal.
Ao comparar com a situação brasileira, 15 estados têm índices menores que o da média nacional, como Amazonas (77,7%), Maranhão (80,2%), Piauí (82,8%) e Alagoas (85,5%).
Outros 11 estados e o Distrito Federal possuem índices maiores que o cenário brasileiro. É o caso de Mato Grosso do Sul (91,1%), São Paulo (93,5%) e Paraná (92,5%).
Dentre as capitais, a que mais possui moradores com acesso à internet em domicílios é Florianópolis (SC), com 96,9% em números absolutos, são 516 mil pessoas. A capital com menor proporção é Rio Branco (AC), com 88,5%.
Quanto à raça, os brancos com acesso à internet representam 40,1% de todos os moradores, enquanto pessoas brancas sem internet respondem por 3,2%. Já os pardos com internet somam 39,6%, e os pardos sem acesso são 5,8% do total. Pretos, amarelos e indígenas têm 8,9%, 0,4% e 0,3% de conexão, respectivamente.
De modo geral, o índice de jovens conectados em casa é maior do que o de pessoas mais velhas. Apenas 72,4% dos habitantes com mais de 70 anos têm internet domiciliar.
Análise da Folha de S.Paulo mostra que, em 1.822 cidades, a realidade de acesso à internet é igual ou superior à proporção do país.
Três a cada quatro desses municípios estão localizados nas regiões Sudeste ou Sul (1.375). Centro-Oeste, Nordeste e Norte apresentam, respectivamente, 240, 135 e 72 municípios.
Considerando cidades com mais de 100 mil habitantes, Balneário Camboriú (SC) é a que apresenta a maior proporção de moradores com internet, de 97,3%. Em números absolutos, o cenário mostra que são 135 mil moradores com internet contra 3.700 sem conexão (2,7%).
Ainda entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, a cidade que registrou menor proporção de acesso à internet foi Breves (PA), com 51,1% o que representa 54,4 mil pessoas.
Dados do IBGE também mostram que existiam, em 2022, 33 cidades que não atingiram a proporção de ao menos 50% dos moradores com internet. Esses municípios estão localizados, majoritariamente, no Norte (28 cidades) e são pequenos, com uma faixa de população de 10.001 a 50.000 pessoas.
Um desses casos é Uiramutã (RR), em que apenas 22,4% dos moradores em domicílios ocupados têm acesso à internet, 3.067 em números absolutos. Trata-se da cidade com menor proporção de conectados: 77,6% (10.652 pessoas).
Para a pesquisa de 2022, recenseadores perguntaram se algum morador possuía conexão à internet em casa, independentemente do dispositivo utilizado. Na pesquisa anterior, de 2010, o questionamento abordava a presença de um microcomputador conectado à rede, sem considerar outros meios, como celulares.
Com esse critério, na época, o IBGE chegou à conclusão que 31,3% da população brasileira residia em domicílios com microcomputador com acesso à internet.
NATÁLIA SANTOS E NICHOLAS PRETTO / Folhapress