BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – A Secretaria Municipal de Saúde de São João del Rei, no Campo das Vertentes, a 190 km de Belo Horizonte, encerrou a investigação para apurar o que causou a morte de três crianças atendidas na rede de saúde da cidade. As apurações foram encerradas em 16 de novembro.
A pasta, em comunicado, afirma que não conseguiu definir o que provocou os óbitos.
A suspeita inicial era que as mortes ocorreram por conta da bactéria streptococcus, que causa sintomas como febre e dor de garganta, e é de fácil tratamento.
Duas das crianças que morreram tinham dez anos e uma, 3. As mortes ocorreram em 24 de setembro, 8 e 23 de outubro.
A investigação, que ouviu profissionais e analisou procedimentos, era a última oportunidade para que a causa fosse identificada.
Exames de laboratório feitos em São João del Rei, Belo Horizonte e no Maranhão, onde uma das crianças estava morreu, foram inconclusivos.
O comunicado da secretaria municipal diz que as mortes foram por sepsemia (infecção generalizada), mas não aponta o que provocou a condição.
“Com os resultados disponíveis não foi possível definir o microorganismo responsável por cada um dos óbitos, nem afirmar que todos os óbitos tenham sido causados pelo mesmo agente infeccioso das crianças (…), diz o texto.
O comunicado afirma que a pasta segue atualizando protocolos.
“O trabalho da Secretaria Municipal de Saúde continuará concentrado na atualização constante dos profissionais em relação aos protocolos que orientam quanto aos sinais e sintomas de alarme e consequentemente informação à população, para que não haja mais fatalidades como as que ocorreram no município”, afirma o posicionamento.
“É tudo muito triste, doloroso e um descaso”
Deise Melo, mãe de Kamila de Melo Silveira, 10, uma das crianças mortas, afirma que saber o motivo do óbito da filha não diminuiria a dor, mas traria um entendimento do que aconteceu.
“É tudo muito triste, muito doloroso. Agora piorou porque a gente tava na expectativa de saber de fato o que levou minha filha a ter uma infecção generalizada”, diz. “Achei um absurdo. Um descaso com a família”, acrescenta a mãe.
A morte das crianças e a suspeita de que a causa seria a bactéria streptococcus chegou a paralisar as aulas em escolas públicas do município e em cidades próximas. Houve ainda desinfecção de estabelecimentos de ensino e veículos utilizados no transporte dos alunos.
LEONARDO AUGUSTO / Folhapress