RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Pressionada pelos alimentos, a inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) acelerou a 0,62% em novembro, após marcar 0,54% em outubro, apontam dados divulgados nesta terça (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O novo resultado surpreendeu o mercado financeiro ao ficar acima das projeções. Para este mês, analistas esperavam mediana de 0,50%, e o intervalo das estimativas ia de 0,22% a 0,58%, conforme a agência Bloomberg.
Com o resultado de novembro, o IPCA-15 atingiu 4,77% no acumulado de 12 meses, disse o IBGE. Assim, ficou acima do teto da meta de inflação para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2024, que é de 4,5% até dezembro. O acumulado do IPCA-15 era de 4,47% até outubro.
Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no IPCA. Também calculado pelo IBGE, o IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil, servindo de referência para o regime de metas perseguido pelo BC (Banco Central).
O centro da meta de inflação é de 3% em 2024. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Isso significa que a meta será cumprida pelo BC caso o IPCA fique no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) em 12 meses até dezembro.
Porém, a previsão do mercado para o índice de 2024 é de 4,63%, conforme a mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda (25). Ou seja, a projeção indica estouro da meta de inflação neste ano.
O IBGE coletou os preços para o IPCA-15 de 12 de outubro a 12 de novembro. A pesquisa do IPCA, por sua vez, está concentrada no mês de referência do levantamento, e o resultado de novembro ainda não está fechado. Será divulgado pelo IBGE em 10 de dezembro.
LEONARDO VIECELI / Folhapress