Iphan e Polícia Federal devolvem peças sacras a igrejas do Rio e de Belém

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma cerimônia simbólica marcou, no sábado (20), a restituição de peças sacras do século 19 à Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, no centro do Rio de Janeiro.

Os objetos haviam sido furtados entre o final dos anos 1970 e o início dos anos 1980 e foram recuperados na quinta-feira (18), após uma investigação iniciada em outubro de 2023, quando uma técnica do Iphan, o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional, no Rio identificou as peças em um catálogo de leilão.

Os três objetos em prata, com as principais orações recitadas na antiga missa tridentina —rito tradicional celebrado em latim— foram localizados com o auxílio do BCP (Banco de Bens Procurados).

A partir de um laudo técnico que comprova a procedência das peças, a Polícia Federal apreendeu os objetos.

As peças foram devolvidas em uma procissão, em missa que contou com representantes do Iphan e da Polícia Federal.

Localizada na rua do Ouvidor, a Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores foi projetada em 1747 e construída por uma irmandade de comerciantes. Com estilo rococó e barroco, é tombada pelo Iphan desde 1938.

O templo é conhecido por um incidente ocorrido em 1893, no início da Revolta da Armada, movimento de setores da Marinha brasileira contra o presidente Floriano Peixoto.

A torre da igreja foi atingida por uma bala de canhão, o que provocou a queda de 25 metros de uma imagem de Nossa Senhora da Fé. Com apenas dois dedos quebrados após desabar, a imagem fica no interior do templo e recebe a visita de fiéis.

Na sacristia também está a bala de canhão disparada pelo encouraçado Aquidabã.

No caso de Belém, a Polícia Federal recuperou duas peças sacras que pertencem à catedral da cidade. São dois tocheiros fabricados entre 1822 e 1870, em Lisboa.

Uma imagem de Nossa Senhora da Graça de Belém está gravada na base dos tocheiros recuperados.

As peças foram entregues ao diretor do Círio de Nazaré em Belém, Antônio Salame, no Rio de Janeiro. Elas chegam de volta à capital do Pará no sábado (27), na véspera do aniversário de 407 anos da catedral.

Segundo o Iphan, o monitoramento do mercado de artes e antiguidades faz parte da rotina dos técnicos e é prevista em decreto de 1937. O órgão recebe listas de objetos colocados à venda e informes de leilões.

“Este ato simbólico de retorno das peças é muito importante, pois mostra à população que o Iphan, a Polícia Federal e as equipes das igrejas estão atentos à circulação de objetos pertencentes a templos tombados”, disse o superintendente do órgão no Rio de Janeiro, Paulo Vidal.

Redação / Folhapress

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