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Irã suspende cooperação com agência de energia atômica da ONU

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Irã decidiu nesta quarta-feira (2) suspender a cooperação com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), o órgão da ONU que fiscaliza os programas nucleares dos países signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT).

O Parlamento do país persa havia aprovado o projeto de lei na última passada, exatamente um dia após o cessar-fogo com o Israel. A medida recebeu aval do Conselho dos Guardiões, órgão formado formado por 12 clérigos e juristas responsável pela revisão das leis, e foi sancionada nesta quarta pelo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.

O Irã ainda é membro do NPT, mas as tensões entre o país e a AIEA vinham crescendo antes mesmo do início da guerra com Israel —Tel Aviv justificou o conflito dizendo que Teerã estava prestes a ser capaz de desenvolver uma bomba atômica.

A guerra de 12 dias, que culminou com o bombardeiro dos Estados Unidos a três instalações nucleares do Irã, foi a pá de cal na relação entre Teerã e o órgão da ONU.

“Masoud Pezeshkian assinou a lei que suspende a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica”, informou a televisão estatal nesta quarta.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano disse que a suspensão da cooperação com a AIEA reflete a “preocupação e a raiva do público iraniano”.

Horas antes dos primeiros bombardeios, a AIEA emitiu um parecer duro contra o Irã, afirmando que o país não cumpre suas obrigações de não proliferação. Teerã acusou a agência de, dessa forma, legitimar uma agressão ilegal contra o país.

O Irã nunca admitiu publicamente que desenvolve uma bomba atômica, e agências de inteligência americanas também dizem que esse programa não existe.

Por outro lado, a AIEA confirma que o Irã enriquece urânio a 60% —nível próximo dos 90% necessários para produzir uma bomba atômica e muito acima dos 3,67% exigidos em usinas comerciais, o que indicaria a intenção de utilizar esse material militarmente.

O país persa rejeitou uma solicitação do chefe da AIEA, Rafael Grossi, para visitar as instalações nucleares bombardeadas pelos EUA e avaliar as extensão dos danos. O Irã afirmou que o pedido reflete as “más intenções” de Grossi.

Os Estados Unidos, aliados históricos de Israel, se envolveram diretamente no conflito com Teerã e atacaram as três principais instalações nucleares do país persa.

Donald Trump afirmou que a ofensiva “aniquilou” o programa iraniano, mas a extensão dos danos não está clara. Relatórios preliminares das agências de inteligência americanas publicadas pela imprensa colocaram em xeque as falas do presidente sobre o tema.

Em entrevista à CBS News, o ministro de Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que o bombardeio americano causou “danos sérios e extensos” ao complexo de Fordow, que fica enterrado em uma montanha no Irã.

“Ninguém sabe exatamente o que ocorreu em Fordow. Dito isso, o que sabemos até agora é que as instalações foram seriamente e fortemente danificadas”, disse Araqchi na entrevista transmitida na terça-feira (1º).

“A Organização de Energia Atômica da República Islâmica do Irã está atualmente realizando avaliações e análises, cujo relatório será apresentado ao governo.”

A agência de energia atômica da ONU não comentou a sanção da medida. “Estamos ciente desses relatos. A AIEA aguarda mais informações do Irã”, disse o órgão, em nota.

Redação / Folhapress

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