Iron Maiden se despede do baterista Nicko McBrain em show enérgico em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A força do sexteto inglês Iron Maiden é tão grande que, mesmo abrindo suas apresentações com uma faixa de outra banda, a banda consegue arrancar coros da plateia antes mesmo de subir no palco.

Neste sábado (7), o grupo iniciou seu segundo show no Allianz Parque com “Doctor Doctor” do UFO sendo tocada ao fundo, como fez em todos os shows da turnê, e acompanhado pela voz do público que lotou o estádio.

Aos brasileiros, nunca faltou oportunidade para ver a banda: os músicos já fizeram mais de 40 shows no país desde 1985, quando se apresentaram na primeira edição do Rock in Rio. Sobre esse show, Bruce Dickinson, vocalista, afirmou em sua biografia que foi a apresentação responsável por levar a música do Iron Maiden à América Latina.

Neste sábado a apresentação também foi histórica para os ingleses. Isso porque, na manhã do show, o baterista Nicko McBrain anunciou em um post no Instagram da banda que vai se aposentar e que esta seria sua última apresentação no Iron Maiden.

Após as duas primeiras faixas do show —”Caught Somewhere In Time” e “Stranger in a Strange Land”, ambas do disco “Somewhere in Time”, de 1986—, o público puxou um coro de “Nicko, Nicko, Nicko”, em referência à saída do baterista.

“Hoje é uma noite muito especial”, disse Dickinson à plateia. “Nicko está nessa banda há 42 anos. Ele era um baterista antes que eu fosse um vocalista.”

Dickinson e McBrain, acompanhados de Steve Harris, membro fundador e baixista, e Dave Murray e Adrian Smith, guitarristas, fizeram parte da nova onda do heavy metal britânico —conhecida como New Wave of British Heavy Metal, ou NWOBHM— no final dos anos 1970 e começo dos 1980.

Com uma discografia consistente através das décadas e megaturnês extravagantes, o Iron Maiden se tornou uma das maiores bandas de metal da história.

Eles exploraram essa discografia no setlist, passando por clássicos antigos como “The Prisoner”, de 1982, e “Iron Maiden”, de 1980 –quando a banda ainda era liderada pelo vocalista Paul Di’anno, que morreu neste ano.

Mas também há espaço para canções mais novas, como as do álbum “Senjutsu”, lançado pelo grupo em 2021.

A animação do público, em sua maioria trajado com camisetas do grupo, flutua –o interesse pareceu estar bem mais em assistir sucessos como “Can I Play With Madness”, por exemplo, do que os sucessivos solos de guitarra da faixa de dez minutos “Death of The Celts”. Mas o Iron Maiden segura a performance com a mesma empolgação durante as quase duas horas de show, com direito a troca de figurino para Bruce Dickinson e a presença de um robô gigante de Eddie, mascote que aparece em todas as capas de álbum da banda.

O grande momento de catarse do show foi “Fear of the Dark”, cujos fraseados de guitarra foram acompanhados pelo público na voz. Com uma performance enérgica de Dickinson, que pulou pelo palco enquanto cantava seus falsetes, os metaleiros fizeram o chão do Allianz Parque tremer com a empolgação da plateia.

Ao final do set principal, antes do bis, McBrain foi o último a sair do palco e recebeu um “olê olê olê, Nicko, Nicko” da plateia.

Ao retornar, os ingleses encerraram o show com dois clássicos: “The Trooper”, de 1983, e “Wasted Years”, de 1986 –faixas em que Nicko McBrain brilha na bateria, e que destacam sua contribuição para o Iron Maiden durante os últimos 42 anos.

Mas Dickinson fez uma promessa ao público: com ou sem o baterista, eles retornarão ao Brasil mais uma vez.

AMANDA CAVALCANTI / Folhapress

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