SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Itamaraty confirmou nesta segunda-feira (23) que o brasileiro Michel Nisenbaum, 59, está desaparecido desde o último dia 7, quando terroristas do Hamas romperam barreiras e fizeram o pior ataque contra Israel em 50 anos. “A embaixada do Brasil em Tel Aviv confirmou com as autoridades locais o status de desaparecido do nacional”, diz trecho de comunicado divulgada pelo Itamaraty nesta segunda-feira (23).
Nisenbaum, que é morador de Israel e tem cidadania israelense, é hoje o único brasileiro considerado desaparecido no conflito. Os outros três brasileiros que estavam na mesma situação Ranani Glazer, 23, Bruna Valeanu, 24 e Karla Stelzer Mendes, 42 tiveram suas mortes anunciadas ao longo das últimas semanas. Todos foram vítimas da invasão dos terroristas na rave Universo Paralello, que acontecia a alguns quilômetros da Faixa de Gaza.
O Itamaraty não forneceu detalhes sobre o desaparecimento de Nisenbaum e tampouco informou onde ele estava no dia 7. A maioria dos ataques do Hamas aconteceu, porém, no sul de Israel, região próxima a Gaza. Naquela data, dezenas de pessoas foram levadas ao território palestino controlado pelo grupo terrorista.
Nesta segunda, o porta-voz militar de Israel Daniel Hagari disse que 222 pessoas são mantidas como reféns no território palestino. Não se sabe se o brasileiro está entre os sequestrados.
Em uma entrevista à imprensa no último dia 12, a chancelaria de Israel havia dito, após um vaivém de informações, que acreditava na possibilidade de mais de um brasileiro estar desaparecido e, possivelmente, ser refém do Hamas.
“Do que sabemos, há alguns não vou dizer a cifra porque não sei se é exata [brasileiros] desaparecidos”, afirmou na ocasião o porta-voz Lior Haiat. “Perto da fronteira com Gaza há muitas comunidades pequenas com imigrantes da América Latina, de países como Argentina, Uruguai e Brasil. Possivelmente pessoas com dupla nacionalidade foram sequestradas.”
Israel enfrenta um dilema, já que suas ofensivas militares em Gaza podem colocar em risco os sequestrados israelenses. De acordo com o Hamas, pelo menos 21 reféns já morreram por causa dos bombardeios informação que Tel Aviv não confirma.
Na última sexta-feira (20), o Hamas libertou duas americanas Judith Raanan e sua filha, Natalie que haviam sido sequestradas quando estavam no kibutz de Nahal Oz, próximo à fronteira de Gaza, no último dia 7. Nesta segunda-feira (23), foi a vez de duas israelenses serem soltas pela facção terrorista.
No passado, grupos palestinos usaram israelenses como moeda de troca para garantir a libertação de militantes detidos por Israel. Em 2011, por exemplo, a libertação do soldado israelense Gilad Shalit permitiu a soltura de mais de mil prisioneiros palestinos. Cerca de 200 deles estavam cumprindo penas de prisão perpétua por planejar ou realizar ataques contra Tel Aviv.
Redação / Folhapress