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Jafar Panahi, premiado em Cannes, pede ‘dissolução’ de regime do Irã

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O cineasta iraniano Jafar Panahi, vencedor da Palma de Ouro na Festival de Cannes por “Um Simples Acidente”, publicou em seu Instagram um apelo para “forçar imediata e decisivamente” os regimes do Irã e de Israel a interromperem ofensivas militares e o “assassinato de civis”.

Panahi criticou Israel, dizendo que o país deve ser “julgado em tribunais internacionais como agressor de guerra”. Mas, segundo ele, isso não significa ignorar “quatro décadas de má gestão, corrupção, opressão, tirania e incompetências da República Islâmica”.

“A continuação deste regime significa colapso contínuo, repressão contínua e caos contínuo! A única maneira de salvá-lo é a dissolução imediata deste sistema e o início de uma transição para um governo popular, responsável e democrático”, continua.

“Um Simples Acidente” acompanha cinco ex-prisioneiros políticos que confrontam o homem que acreditam ser seu antigo torturador. O filme, crítico ao regime dos líderes religiosos do país, os aiatolás, foi recebido calorosamente por alguns iranianos.

O longa foi inspirador pelas experiências do cineasta na prisão iraniana –ele foi encarcerado duas vezes por “propaganda contra o estado” e proibido de fazer filmes, falar com a imprensa e deixar o Irã por mais de 14 anos.

Leia a tradução literal da publicação de Jafar Panahi na íntegra:

Não tenho dúvidas sobre este ponto claro e inegociável, e declarei minha posição claramente e a repito: um ataque à minha terra natal, o Irã, é absolutamente inaceitável. Israel invadiu o Irã e deve ser julgado em tribunais internacionais como agressor de guerra.

Esta posição, contudo, não significa de forma alguma ignorar quatro décadas de má gestão, corrupção, opressão, tirania e incompetência da República Islâmica. Este governo não tem a capacidade, a vontade, ou a legitimidade necessárias para governar o país ou gerir crises. A continuação deste regime significa colapso contínuo e repressão contínua! A única maneira de escapar é a dissolução imediata deste sistema e o início de uma transição para um governo popular, responsável e democrático.

Com total ênfase na preservação da integridade territorial do Irã e da soberania da nação, apelo ao fim imediato da guerra devastadora entre a República Islâmica e o regime israelense, uma guerra que está destruindo vidas de civis de ambos os lados e destruindo infraestruturas vitais. Esta guerra representa uma séria ameaça à paz regional e aos valores humanos.

Ambos os regimes devem ser inequivocamente condenados por sua contínua violência, belicismo e total desrespeito à dignidade humana. Os ataques com mísseis, o bombardeio de áreas residenciais e o assassinato seletivo de civis são crimes. Nem a moral, nem a política, nem a segurança podem justificar esses crimes. Continuar com esse ciclo de sangue e ódio só levará a mais instabilidade no mundo e à disseminação do desastre.

Apelo às Nações Unidas e à comunidade internacional para que, imediata e decisivamente, sem qualquer consideração ou negociação, forcem os dois regimes a cessar imediatamente os ataques militares e a pôr fim à matança de civis. Silêncio e inação contínuos significam cumplicidade no crime. Isso é claro e inequívoco!

Redação / Folhapress

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