BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, usou suas redes sociais para ligar a privatização da Eletrobras a o apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal nesta terça-feira (15).
“A ELETROBRAS FOI PRIVATIZADA EM 2022. Era só esse o tuíte”, escreveu a primeira-dama.
O Palácio do Planalto e o presidente em exercício Geraldo Alckimin silenciaram sobre o apagão durante a maior parte da manhã. As primeiras manifestações do núcleo político surgiram quase quatro horas após o problema da falta de fornecimento.
Janja acompanhou Lula em viagem ao Paraguai, para a posse de Santiago Peña. O mandatário ainda não se pronunciou sobre o apagão.
Uma falha no sistema nacional de energia afetou o fornecimento de luz em estados de todas as regiões do país, na manhã desta terça-feira (15).
O apagão interrompeu o fornecimento de 16 mil MW de carga em todas as regiões, segundo informou o Operador Nacional do Sistema. Às 14h30, o sistema foi totalmente reestabelecido, de acordo com o ministério de Minas e Energia.
A manifestação da primeira-dama pegou de surpresa a comunicação do Palácio do Planalto, que silenciou nas primeiras horas do apagão, mas depois buscou conter os danos, com publicações de caráter mais técnico e de serviço, divulgando a atualização do restabelecimento dos serviços.
A postagem de Janja segue a linha do que vem sendo publicado por militantes de esquerda nas redes sociais, que buscam tirar o foco do atual governo pelo apagão e assim atribuir culpam a gestão Jair Bolsonaro (PL), por ter privatizado a estatal.
Usuários nas redes, no entanto, reagiram à postagem, argumentando que apagões ocorriam antes da privatização da Eletrobras.
Assim como Janja, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), também culpou a venda do controle da empresa.
“A conta da privatização irresponsável da Eletrobras chegou: apagão em 25 estados e no DF. Em 2020, vivemos as consequências criminosas da privatização no setor elétrico no Amapá – foram 22 dias de apagão, que afetou comércio, serviços, hospitais e escolas, gerando prejuízos incalculáveis a toda a população”, escreveu o senador.
“No Brasil, vimos hoje o infeliz resultado da venda da Eletrobras a preço de banana no governo Bolsonaro, que comprometeu a segurança energética do nosso país”, completou.
Logo no início da tarde, mais de três horas após o início do apagão, o presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB) que comanda o país por causa da viagem de Lula se pronunciou sobre o ocorrido, afirmando que os serviços seriam restabelecidos se não houvesse “fato superveniente”.
Ao chegar ao Planalto, duas horas antes, o vice-presidente não havia respondido a perguntas dos jornalistas sobre o tema. Ele também disse que foi informado logo cedo sobre o ocorrido, mas não precisou tomar providências, pois a equipe do Ministério das Minas e Energia já estava atuando.
“A gente deverá, em poucas horas, se tudo correr bem, estar com tudo normalizado. E aí, vai se investigar a causa dessa perda de carga. Mas a ação foi rápida do Ministério de Minas e Energia, dos seus técnicos, das equipes todas, e a recomposição está sendo rápida”, disse.
A Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República) também apenas no fim da manhã começou a divulgar informações de serviço, sobre o restabelecimento da rede. O próprio ministro da pasta, Paulo Pimenta, também passou nesse momento a usar as suas redes sociais para tratar do assunto e divulgar informações.
Antes disso, todas as comunicações ficaram restritas ao Ministério das Minas e Energia.
RENATO MACHADO / Folhapress