Jão, no The Town, voa e confirma a fama de popstar em show superproduzido

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Foi sob a asa de uma grande escultura de dragão que o cantor Jão começou seu show no The Town neste domingo, 10. Ele é o último a se apresentar no palco The One do festival, que ocorreu no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, desde o dia 2.

A criatura mitológica impressiona. É um dragão branco, imponente, cujas asas abertas cobriam toda a extensão do palco. Os instrumentistas da banda de Jão se enfileiraram sob a escultura.

Jão é um popstar com público consolidado. Furou a bolha no ano retrasado com o disco “Pirata”, mas antes já tinha fisgado adolescentes e adultos jovens com letras confessionais sobre amores que não deram certo e as incertezas que atravessaram seus 20 e poucos anos.

O show abre a “Superturnê”, dedicada ao seu recém-lançado disco “Super”, que será levada apenas a estádios a partir de janeiro do ano que vem. Jão só pensa e fala nisso, dizendo em entrevistas que sempre almejou fazer maratonas de shows grandiosas. Repetiu o discurso no show.

Ele abriu o show com “A Rua”, do seu primeiro álbum, “Lobos”, lançado em 2018. Cantou depois o hit “Idiota”, viral no TikTok, e as novas “Escorpião” e “Alinhamento Milenar.” Vestia calça jeans com estrelas estampadas, referência à peça que usou na foto da capa do novo disco.

Outra novidade no visual dele é o cabelo platinado. Faz parte da tentativa dele de criar uma persona mais sensual e pilantra para a nova turnê — que inclusive tem na setlist a faixa “Pilantra”, uma parceria com Anitta.

Depois ele trocou de roupa e cantou “Imaturo”, single que o apresentou ao mundo, e “Eu Não Vou Morrer Sozinho”, de 2019, quando desceu para cumprimentar os fãs na grade.

Foi nesse momento que ele tocou um piano colocado em cima de uma plataforma circular na frente do palco. Do alto, cantou “Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor”, e a nova “Maria”, que diz ter escrito num período difícil e que não apresentaria no show a princípio.

Nesta última, ele usava luvas pretas que pegaram fogo conforme a música terminava. “A minha casa está em chamas/ eu precisava me deixar”, ele canta no fim da faixa.

É um show cheio de pirotecnia. Jatos de fogo, chuva de papel e fogos de artifício são atirados frequentemente ao longo da apresentação. Em “Sinais”, ele foi amarrado em fios que o alçaram até o teto do palco.

O show termina com “Me Lambe”, que está fazendo sucesso no TikTok por um verso que supostamente faz referência a maconha. Jão saudou o público e desapareceu sob a mesma asa de dragão que o recebeu mais cedo.

GUILHERME LUIS / Folhapress

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