Jaques chama avanço de emendas de ‘anomalia’ e diz que uma hora ‘vai ficar impossível’

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta segunda-feira (18) que o avanço do Congresso sobre o Orçamento por meio de emendas é uma “anomalia do sistema”, e disse que a situação tende a “ficar impossível”.

Um dos auxiliares mais próximos de Lula (PT), o senador também afirmou que o presidente entende o novo funcionamento do Congresso, mas não gosta. Segundo ele, Lula é “muito mais da reciprocidade e do reconhecimento do que faca no pescoço”.

“Entender [o novo sistema] ele [Lula] entendeu, gostar ele não gosta. São duas coisas diferentes. Eu acho também que o Congresso ainda não entendeu que a Presidência está sob nova direção. Que é totalmente diferente da anterior”, disse.

O senador disse também: “Eu não vou chamar ninguém para a briga, mas na minha opinião vai chegar um momento que vai ficar impossível. Vai ter que ter um ponto de arrumação, senão vai ficando ingovernável”.

Wagner também afirmou que Lula não vai dividir o Ministério da Justiça e Segurança Pública em dois com a ida de Flávio Dino para o STF (Supremo Tribunal Federal). Wagner disse ainda que a questão de gênero não deve ser decisiva para o presidente na escolha do futuro ministro.

“Ele já me falou que não vai [dividir o ministério]. Ele só não me falou quem vai ser o ministro. Agora, repare, eu posso ser desmentido por ele. O que eu vou fazer? Nada. Porque a vida é assim. Eu estou falando que eu realmente conversei e perguntei objetivamente: o senhor pretende dividir? Ele falou: não”, disse o senador a jornalistas.

Na semana passada, o senador sinalizou que Lula ainda não decidiu quem vai indicar para o comando do ministério, mas disse saber quem não vai ser ministro: Ricardo Lewandowski, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, além dele próprio.

Em café com jornalistas nesta segunda, o senador afirmou que não “interditou” o nome de Lewandowski nem indicou o subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência, Wellington César Lima e Silva, para o cargo.

O senador afirmou que o ministro aposentado do STF “seguiu outros caminhos”, e que não tinha interesse na pasta.

THAÍSA OLIVEIRA / Folhapress

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