João Guilherme (sim, o da Bruna Marquezine), interpreta hacker de 15 anos em cinebiografia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Estrela de filmes e séries voltados ao público teen, João Guilherme Ávila se prepara para dar um passo adiante na carreira. Nos holofotes atualmente por causa do trelelê com Bruna Marquezine –mais uma musa da TV em seu rol de conquistas–, ele será o protagonista de “O Rei da Internet”.

Trata-se da cinebiografia de Daniel Lofrano Nascimento, conhecido como o primeiro hacker brasileiro.

Em 1999, quando “Matrix” estreou no cinema, João Guilherme, 22, ainda não era nascido. Já Daniel, inspirado no protagonista Neo (Keanu Reeves) –e uma horda de personagens similares que se multiplicaram na virada do milênio–, invadia sistemas e aplicava golpes milionários antes de completar 15 anos de idade. Vida real.

“Sempre achei incríveis esses mistérios da internet”, diz João ao F5. Ele se diz especialmente impressionado com as falhas que podem ser detectadas dentro de sistemas “e como essas pessoas que conseguem encontrá-las têm tanto poder nas mãos”.

Nas filmagens, João Guilherme entrava em uma espécie de transe com o computador, que passou a considerar um ator coadjuvante. “É interessante contracenar com a máquina. Tem muita cena junto com ela, interagindo, viajando”, conta o ator, que, em seu primeiro papel biográfico, fez suas pesquisas (o tal do “laboratório”) com o próprio biografado. “Trocamos algumas ideias, peguei referências”, lembra.

PONTO COM

Nascido em Bauru, no interior paulista, Daniel Nascimento foi peça-chave de uma série de crimes cometidos por uma quadrilha de estelionatários na primeira metade da década de 2000. O grupo aplicava golpes bancários a partir de fragilidades nos sistemas de uma ainda incipiente internet banking no Brasil. O líder da organização criminosa, Fábio, é vivido por Marcelo Serrado no filme.

A quadrilha foi presa em dezembro de 2005, na operação “Ponto Com” da polícia federal. Mais de 280 policiais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná foram mobilizados para cumprir 45 mandados de prisão e a apreensão de um menor, Daniel. Único integrante menor de idade do grupo, ele foi apreendido e solto em alguns meses. Hoje com 35 anos, Daniel trabalha como consultor de segurança da informação.

GOLPE

Fabrício Bittar, diretor do filme, conta que estava em busca de uma história real quando se deparou, há seis anos, com o a biografia de Daniel, “DNpontocom”. “Sempre me interessei por esse tipo de história”, diz o diretor. “O brasileiro adora isso, todo mundo tem algum amigo que já foi vítima de golpe”.

“A história do Daniel reunia boa parte dos gêneros de que eu gosto: biografia, ação, drama, policial e universo adolescente”, conta. Após anos tentando emplacar o projeto, Bittar conseguiu financiamento e começou as filmagens no início de 2024, encerrando em abril.

Bittar afirma que acabou baseando o filme menos no livro e mais nas horas de entrevistas e conversas que fez com Daniel, tanto por telefone quanto ao vivo. “Precisava entender a visão dele”, conta o cineasta. Em fase de pós-produção, o filme tem previsão de estreia para o primeiro semestre de 2025.

ANAHI MARTINHO / Folhapress

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