SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Jodie Foster, 61, admitiu que sua decisão de se afastar definitivamente do teatro está ligada ao atentado sofrido pelo ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan (1911-2014), em 30 de março de 1981.
O autor do crime, John Warnock Hinckley Jr., 69, admitiu tê-lo cometido numa tentativa insana de ‘impressionar’ Jodie, com quem se encantou sem conhecê-la, após conferir sua performance no filme “Taxi Driver” (1976). “A peça [que Jodie encenava na mesma época] aconteceu em dois fins de semana, e eu fiz o primeiro fim de semana; entre o primeiro e o segundo fim de semana, John Hinckley atirou no presidente. Ele havia me escrito cartas e fez isso querendo me impressionar”, recordou a atriz, em conversa com a revista Interview Magazine.
Jodie admitiu que estar indiretamente envolvida no escândalo representou um grande trauma para ela. “Foi um momento terrível. O mundo desabou, havia agentes do Serviço Secreto por toda parte, eu tinha seguranças, e tive que ser levada para um abrigo. Finalmente sou capaz de admitir que a única peça de teatro que fiz quando estava na faculdade teve muito trauma envolvido.”
Mesmo assim, a atriz fez questão de voltar ao teatro para uma segunda apresentação do espetáculo. “Eu estava no meio desses dois fins de semana dessa peça, e tive a ideia boba de que ‘o show deve continuar’. Eu tinha acabado de completar 18 anos e pensei: ‘Tenho que fazer aquele segundo fim de semana’.”
Desta vez, porém, um segundo episódio traumático aconteceu, desta vez envolvendo um homem armado na plateia. “Havia pessoas por toda parte, câmeras por toda parte, e havia um cara na primeira fila, e eu notei que era a segunda noite que ele estava lá. No dia seguinte, foi revelado que esse cara em particular tinha uma arma e estava com ela na apresentação. [Soube depois que] ele estava foragido.”
Por conta disso, Jodie teve de encarar uma abordagem policial violenta no dia seguinte à apresentação. “Estava em uma aula, o segurança veio e me jogou no chão – o que foi muito embaraçoso, porque havia umas 10 pessoas lá. Foi um momento traumático, e nunca admiti que talvez isso tenha algo a ver com o fato de eu nunca mais querer fazer uma peça.”
Redação / Folhapress