Jonas Brothers, guiados pela nostalgia, fazem fãs se esgoelarem em São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os Jonas Brothers foram recebidos com berros ensurdecedores ao surgirem no Allianz Parque, em São Paulo, na noite desta terça-feira (16). Ainda que eles dividam fãs com outros artistas que passaram recentemente pelo mesmo estádio, como Taylor Swift e Harry Styles, o público estava especialmente mais eufórico e barulhento neste show.

O trio, formado pelos irmãos Joe, Nick e Kevin Jonas, trouxe à capital paulista a turnê “The Tour” após onze anos da sua última passagem pelo país, em 2013, ano em que eles anunciaram um hiato de tempo indeterminado. O grupo voltou à ativa em 2019.

O show de quase três horas foi dividido em partes dedicadas a cinco dos álbuns do grupo. Eles abriram com “Celebrate!”, do disco mais recente, mas logo viajaram ao passado e apresentaram faixas de “Jonas Brothers”, álbum lançado em 2007. “SOS”, um dos maiores hits, ergueu uma onda de gritos pelo estádio do Palmeiras.

Dadas as devidas proporções, os Jonas tentam fazer como Taylor Swift com sua megalomaníaca e bilionária “The Eras Tour”, que também é dividida em atos temáticos dos discos dela. A diferença é que os irmãos foram mais econômicos e não se preocuparam em montar um palco enorme, cheio de aparatos tecnológicos, nem com trocas de roupas ou em contratar dezenas de dançarinos, como Swift faz.

O que importa no show são eles, e somente eles. Os irmãos não esbanjam molejo, é verdade, e estão longe de serem showmans, mas cada um domina o palco a sua maneira.

Nick, cheio de sorrisos, ganha no carisma. Ele embalou a plateia com sucessos em “Jealous” e “Who I Am”, lançadas em carreira solo.

O melhor vocalista é Joe, que tem bons momentos só dele nas faixas do grupo, quase sempre com agudos esticados. O artista atiçou a plateia ao tirar a jaqueta e ficar só com uma regata colada ao corpo, deixando os bíceps à mostra. O talento dele fica evidente na divertida “Cake By the Ocean”, faixa da sua outra banda, DNCE, que fez o chão tremer com os pulos dos fãs.

Kevin é o mais tímido, e o cantor menos habilidoso entre eles, e acaba escanteado. Ele é o único que não apresenta uma música sozinho. Ainda que se saia bem na guitarra e no violão, faltou a ele um momento apoteótico.

O segundo disco apresentado foi “A Little Bit Longer”, de 2008. Depois eles cantaram faixas dos filmes “Camp Rock” e “Camp Rock 2”, do canal de TV pago Disney Channel, nos quais interpretaram roqueiros famosos.

Os Jonas Brothers tiveram sua fama alavancada pela Disney. Além dos filmes, eles protagonizaram a série “Jonas”, da época em que a empresa do Mickey emplacava artistas adolescentes um atrás do outro, como Miley Cyrus, Demi Lovato e Selena Gomez. Juntos delas, os Jonas fizeram parte do que ficou conhecido como fase de ouro do Disney Channel.

O show seguiu com músicas do álbum “The Album”, lançado no ano passado, e depois com as do “Lines, Vynes and Trying Times”, de 2009. Terminou com “Happiness Begins”, que marcou o retorno do trio em 2019.

É um show feito para fãs do grupo, o que não é demérito. Os Jonas custaram a fazer suas canções furarem a bolha –uma exceção é o hit “Sucker”–, e ficaram relegados à comunidade de admiradores que conquistaram nos anos 2000. São estas pessoas que, guiadas pelo saudosismo do passado, devem voltar para casa com as gargantas arranhadas de tanto gritar.

GUILHERME LUIS / Folhapress

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