Jorge Ben Jor fecha sábado do Turá, que celebrou Rita Lee, samba e funk

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Jorge Ben Jor fez o público do festival Turá dançar para espantar o frio de 15º da noite de outono em São Paulo. Ao longo do show de quase 1h30, o artista passeou por diferentes fases da discografia em arranjos adaptados para acompanhar o clima festivo.

O início da apresentação foi marcada por canções como “Jorge da Capadócia”, “A Banda do Zé Pretinho”, “Magnólia”, além do medley “Santa Clara Clareou”, “A minha menina” e “Zazueira”.

A banda, que une colaboradores recentes e de longa data, brilha nos solos, ainda que o repertório não tenha espaço para grandes experimentações, visto o número de músicas possíveis para acomodar no setlist. Após uma troca de guitarra, e um mal contato nos pedais, ele emendou “Chove Chuva”, “Oba, Lá Vem Ela”, “Os alquimistas estão chegando” e “Alcohol”. Depois de saudar os músicos que o acompanham, encaminhou para o encerramento, que contou com “Mas que nada”, “País Tropical” e “Taj Mahal”.

Ao som dos gritos da plateia, Jorge encenou um possível bis, mas se despediu desejando um repeteco e falando “lá vem o homem da gravata florida”. De certa forma, o artista sintetiza o espírito do festival, que propõe encontros entre estilos e artistas da música nacional. “Mistura bumbo com violino, pandeiro, cuíca, trombone, ganzá, guitarra e violão”, ele canta em “A Banda do Zé Pretinho”.

Essa abordagem também está refletida na seleção de DJs entre os shows. A abertura ao meio dia ficou ao som do bloco de carnaval Pagu, criado para homenagear grandes compositoras, celebrou Rita Lee e Elza Soares, inclusive, as músicas de ambas estiveram em quase todos os sets, fora do DJ MU540, que ao lado do MC Hariel e da DJ Miss Tacacá – que se apresenta amanhã – são os únicos representantes do funk.

A apresentação do funkeiro paulistano foi um dos pontos altos justamente por mesclar influências. “O funk é uma cultura muito rica. O funk nas comunidades trabalha como ativista social, tirando menor do crime e colocando no estúdio, por menos profissional que seja na visão dos músicos”, declarou durante o show.

Mesmo sendo um evento um pouco diferente do que costuma fazer, ele se preparou no decorrer de dois meses para fazer uma apresentação que contemplasse estilos variados, como o trap funk de “Meu Mundo”, a love song “Tem Café” e rap de “O Fim É Triste”.

Por sua vez, o samba foi representado por Maria Rita, que cantou músicas como “Sorriso Aberto” e “Maltratar não é direito”, amostras do repertório do disco “Samba de Maria”, lançado em fevereiro. A convidada Sandra de Sá entra no final de “Enredo do meu samba”, e juntas cantam “Soul Verão” e “Olhos Coloridos”. “O Brasil é sarará”, fala Sandra antes de deixar o palco. No telão, palavras como “democracia” e “axé” se alternam com letras de músicas e nomes de compositoras como Jovelina Pérola Negra.

No entardecer, foi a vez de Zeca Pagodinho apresentar o show que o público ansiava há um ano, quando cancelou a participação na primeira edição do Turá. Com a ajuda de uma backing vocal e o coro da plateia, o artista cantou quase duas dezenas de músicas, exibindo a simpatia habitual, além do copo de cerveja na mesa. Em alguns momentos, o som dos instrumentos estava mais alto do que a voz dele, gerando burburinho na plateia.

O dia passou sem grandes intercorrências, fora deslizes pontuais no som, que permaneceu alto em quase todos os shows, porém os sets dos DJs também sofreram com as variações. Entretanto, o cronograma foi seguido à risca com pontualidade no início e encerramento das apresentações.

Ainda que o evento não tenha lotado – o público alcançava até a metade do espaço da área externa do Auditório durante o headliner Jorge Ben Jor – as filas para banheiro e bar permaneceram grandes do final da tarde até o encerramento.

As poucas opções de bares e caixas causam incômodos e prejudicam a circulação no espaço. Neste domingo (25), o lineup conta com shows de Gilberto Gil com a turnê “Nós, A Gente”, onde toca acompanhado dos netos e filhos, e os encontros entre Delacruz, Bk’ e Luccas Carlos, Pitty, Marcelo D2 e Céu, e Joelma e Mariana Aydar.

ISABELA YU / Folhapress

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