SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma jovem de 19 anos morreu após ser atropelada por um engenheiro que, alcoolizado, conduzia um veículo em alta velocidade, conforme o relato de testemunhas. O aconteceu na noite desta sexta-feira (10) em São Caetano do Sul, no ABC.
Geovanna Vieira de Lima atravessava a avenida Presidente Kennedy quando foi atingida. No ponto onde ela estava, não há faixa de pedestre. O limite de velocidade na via é de 50 km por hora.
Testemunhas relataram na delegacia que o Mitsubishi Lancer branco, guiado pelo engenheiro Arthur Franklin Moita, 35, trafegava a mais de 100 km por hora. Ele foi submetido ao teste do etilômetro, que apontou que estava alcoolizado.
Uma das testemunhas declarou à polícia ter visto o mesmo motorista participar de um racha com um outro condutor a cerca de 2 km do ponto onde houve o atropelamento.
A vítima chegou a ser atendida por uma equipe do Corpo de Bombeiros, porém morreu no local.
Segundo testemunhas, Moita tentou fugir, no entanto foi contido até a chegada de policiais militares. Ele acabou preso e deve passar por audiência de custódia na tarde desta sábado (11) em Santo André, cidade vizinha a São Caetano do Sul.
Ao todo, cinco testemunhas compareceram à delegacia, entre as quais uma amiga de Geovanna. Segundo essa testemunha, ela, Geovanna e uma outra pessoa seguiam até um supermercado na avenida e, quando estavam em frente ao estabelecimento, iniciaram a travessia da via.
Essa mesma testemunha disse que viu, então, o Mitsubishi Lancer em alta velocidade. De acordo coma ela, o motorista tentou desviar de Geovanna, contudo não conseguiu.
Uma outra testemunha afirmou à polícia ter presenciado o motorista em uma corrida de rua momentos antes do atropelamento e que quase foi atingida. Ela disse que estava em sua bicicleta pela alameda São Caetano, quando viu dois veículos em alta velocidade, sendo um Subaru Forester, de cor prata, com escapamento esportivo, que era seguido pelo Lancer.
No interrogatório, Moita negou que estivesse participando de um racha e declarou que seguia pela avenida Presidente Kennedy em velocidade que acreditava ser um pouco acima da permitida, estimando em cerca de 70 km/h.
De acordo com ele, havia uma curva no local e não era possível visualizar a vítima. Moita ainda negou ter tentado fugir.
A reportagem não localizou a defesa dele.
O Lancer foi apreendido e encaminhado ao Pátio Municipal de São Caetano do Sul.
O delegado que acompanhou o caso afirmou que Moita guiava em velocidade “excessiva e inadequada com as condições do local, onde há fluxo intenso de veículos e pedestres, o que pode ser corroborado pelos danos severos que seu veículo apresentava, bem como pelas múltiplas fraturas suportadas pela vítima”.
O policial citou no boletim de ocorrência que o Lancer estava com suas características originais modificadas, com preparação esportiva e dotado de equipamentos que aumentam de forma substancial a performance, como turbo compressor. O caso foi registrado como homicídio culposo.
PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress