Jovem é torturado e está desaparecido após entrar por engano no Complexo de Israel, no Rio

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O jovem Stanley Pinheiro Fernandes Leite, 19, está desaparecido desde quarta (29) após entrar por engano no Complexo de Israel, zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com dois amigos que estavam com ele, o trio foi extorquido e torturado por traficantes locais.

Os jovens contaram à polícia que foram liberados após terem os braços quebrados, mas Stanley, por ser morador de uma comunidade rival, ficou detido pelos agressores.

Os amigos de Stanley relataram à polícia que eles saíram da Pavuna para lanchar em Bonsucesso, mas foram direcionados pelo aplicativo de localização para seguirem caminho pelo Complexo de Israel.

Em uma das vias, eles teriam sido abordados por homens armados, que seriam traficantes, e levados para um ferro-velho. No local, os amigos contam que foram agredidos e obrigados a fazer um PIX de R$ 600. Depois disso, acabaram liberados. Stanley teria ficado em poder dos criminosos.

Segundo familiares, Stanley não é envolvido com o crime, somente conhece pessoas que são ligadas ao tráfico por ser morador de uma comunidade comandada pelo Comando Vermelho. O jovem terminou o Ensino Médio há dois anos e estava em busca de emprego, dizem parentes.

Em nota, a Polícia Civil afirmou, por meio de nota, que “a investigação foi encaminhada à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) e diligências estão em andamento para encontrá-lo”.

“Sobre os outros dois jovens localizados, o caso ficará a cargo da 38ª DP (Brás de Pina). As investigações estão em andamento”, acrescentou.

O Complexo de Israel é um conjunto de favelas que serve de base para autointitulados traficantes evangélicos que, segundo investigações da polícia, utilizam do narcopentecostalismo para expansão territorial.

Em abril, o motoboy Leonardo Correia dos Santos, 23, também desapareceu após deixar uma passageira na região do Complexo de Israel. Segundo a polícia, a mulher desembarcou na rua Ourique, um dos acessos à comunidade Cinco Bocas, mas Santos nunca mais foi visto.

Os desaparecimentos na região estão sendo acompanhados pela CDDHC (Comissão de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania) da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).

Em nota divulgada por ocasião do desaparecimento de Santos, a comissão afirmou que “vê com preocupação o crescente número de desaparecidos e execuções na região. A comissão reitera a posição de defesa e acolhimento às famílias destes desaparecidos e seguirá acompanhando, junto às entidades policiais, as investigações dos dois casos, cobrando esclarecimentos prontos e efetivos”.

BRUNA FANTTI / Folhapress

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