SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A polonesa Julia Wandelt, que viralizou após dizer que era Madeleine McCann, afirmou que está arrependida. Ela foi entrevistada pela BBC.
Julia diz que criou o perfil nas redes sociais alegando ser Madeleine porque foi ignorada pela família e polícia. “Nunca tive a intenção de machucar ninguém, incluindo os McCann. Eu realmente queria saber quem eu sou”.
Ela conta que foi abusada sexualmente e que tem memórias irregulares da infância. Julia chegou a questionar a família para saber se era adotada, acreditando que isso poderia explicar seus lapsos de memória.
Quando a família ignorou suas preocupações, Julia procurou respostas na internet. Ela conta à BBC que começou a pesquisar sites de pessoas desaparecidas e encontrou o caso de Madeleine.
Ela diz que pensou ter reconhecido um dos homens suspeitos no caso Madeleine. “Eu sei como é a aparência do meu agressor. E sei que é muito, muito parecido com os suspeitos da página de Madeleine McCann”.
A suspeita de Julia foi reforçada por semelhanças físicas com Madeleine. Além dos cabelos loiros e olhos azuis, as duas têm coloboma na íris, uma anomalia ocular rara que deixa a pupila em formato de fenda.
Julia diz que procurou a polícia da Polônia e do Reino Unido. “Liguei para eles tantas vezes, mas ninguém me levou a sério”.
Ela decidiu criar um perfil nas redes sociais para ver se ali as pessoas lhe dariam atenção. As publicações de Julia viralizaram.
Em março do ano passado, ela fez um teste de DNA contrariando seus pais e a família McCann. Os resultados mostraram que Julia tinha ascendência lituana e romena e não poderia ser Madeleine.
Julia diz que, se pudesse voltar no tempo, nunca teria criado o perfil nas redes sociais. “Pedi desculpas aos McCann porque não os conheço pessoalmente. Não sei se eles estavam assistindo essa jornada, se estavam tristes ou algo assim e talvez isso tenha trazido mais tristeza para eles”.
Na época, a família de Julia também publicou um comunicado. “Para nós, como família, é óbvio que Julia é nossa filha, neta, irmã, sobrinha, prima e sobrinha enteada. Temos memórias, temos fotos. Sempre tentamos entender todas as situações que aconteceram com Julia”.
COMO ESTÁ A INVESTIGAÇÃO DO CASO MADELEINE?
A Justiça alemã marcou para 16 de fevereiro de 2024 o início do julgamento de Christian Brückner, principal suspeito de raptar e matar Madeleine McCann. O julgamento deve durar três meses.
Ele será julgado por cinco crimes sexuais, sendo três deles envolvendo menores de idade. Atualmente, Brückner está preso após ser condenado em outro caso de estupro.
Redação / Folhapress