SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Jovens que mais usam a inteligência artificial têm receio de que ela roube seus empregos. Entenda o caminho da troca da presidência da Petrobras.
*Quem tem medo da IA?*
Os jovens da geração Z e os Millennials que mais usam inteligência artificial são aqueles que também têm mais receio de que a tecnologia roube seus empregos. É o que mostra a pesquisa 2024 Gen Z and Millennial Survey da consultoria Deloitte, feita com mais de 22 mil trabalhadores em 44 países.
Em números:
59% temem que a inteligência artificial resultará em corte de empregos;
Entre aqueles que fazem uso intenso, esse medo sobe para 71% no caso da geração Z e 73% no caso dos Millennials
O percentual de uso da IA no dia a dia é de 26% entre a geração Z e 22% entre Millennials
Incerteza, entusiasmo e fascínio. Esses são os sentimentos que mais apareceram na pesquisa em relação à inteligência artificial entre os jovens.
↳ O sentimento de incerteza é mais forte entre quem não usa muito a IA.
↳ Quem faz um uso maior no dia a dia tende a ter sentimentos mais positivos, como confiança e veem um impacto positivo da tecnologia no seu trabalho.
Questões de gênero. A pesquisa identificou que mulheres tendem a ter mais sentimento de incerteza em relação à IA. Na geração Z, por exemplo, a incerteza é de 28% entre as mulheres e 20% entre os homens.
Elas também se sentem menos confortáveis trabalhando com os sistemas e ferramentas de IA generativa e têm menos probabilidade de acreditar que a tecnologia melhorará o trabalho.
Quem é o que: a Deloitte considera como geração Z os profissionais que nasceram entre 1995 e 2005 (de 18 a 29 anos). Os Millenialls são os que nasceram entre 1983 e 1994 (29 a 40 anos).
Uma dica de leitura: qual o papel das gerações X, Y e Z no mercado de trabalho, e por que é bom ter diversidade de idades nas empresas.
Enquanto isso Segue a corrida pela liderança da inteligência artificial. Quem está na disputa: Google, OpenAI (leia-se Microsoft), Apple, Meta e Amazon.
↳ O Google tenta se consolidar como a melhor opção, numa forte disputa com a OpenAI, criadora do ChatGPT, que tem a Microsoft como acionista.
↳ Analistas do mercado afirmam que a gigante das buscas comeu mosca. Apple, Meta e Amazon correm por fora nessa corrida.
*O caminho da troca na Petrobras*
O governo espera efetivar a nomeação de Magda Chambriard na Petrobras até o fim do mês. A executiva, que substitui Jean Paul Prates, ainda precisa passar pelo aval de órgãos internos da companhia.
Não é tão rápido, pois A Petrobras é uma sociedade de economia mista (com acionistas privados) e tem um estatuto com trâmites rigorosos.
Prates foi oficialmente demitido em reunião do conselho de administração da petroleira nesta quarta-feira (15) após decisão do presidente Lula (PT). O agora ex-presidente da estatal chorou depois da decisão.
Como acontece a substituição:
Primeiro, o governo, acionista controlador, comunica ao Conselho de Administração que trocará a presidência. O Conselho, então, vota pela demissão, o que já ocorreu nesta quarta.
↳ Como a União tem maioria, o processo costuma ser rápido. Mas os conselheiros têm autoridade para negar a troca.
Um presidente interino é definido enquanto o novo nome indicado passa por validações. Desta vez, será Clarice Coppetti, diretora de assuntos corporativos.
O novo nome volta ao Conselho, que autoriza ou não a posse como conselheiro e presidente.
↳ Se negado, o caminho fica mais longo para o governo, que precisará convocar uma assembleia de acionistas para fazer valer sua indicação.
Reação. As ações da Petrobras desabaram 5,73% nesta quarta-feira, num tombo que representou perda de R$ 34,67 bilhões no valor de mercado da companhia.
O mau desempenho também impactou a Bolsa brasileira, que fechou com recuo de 0,38%, mesmo em dia de otimismo no exterior.
A Petrobras é uma das empresas de maior peso no Ibovespa.
A queda já era esperada. Economistas ouvidos pela Folha de S.Paulo ainda nesta terça à noite criticaram a troca.
O que esperar da sucessão: Magda Chambriard defende o papel do setor de petróleo como indutor do desenvolvimento industrial do país, em pensamento alinhado ao do governo Lula.
↳ A condução do plano de investimentos da Petrobras está por trás da demissão de Jean Paul Prates.
Entre as críticas de Lula ao bilionário plano, o baixo investimento previsto para recuperar a indústria naval brasileira e os prazos muito longos para a produção de fertilizantes foram centrais para a decisão.
Chambriard é também defensora da exploração de petróleo na margem equatorial, região alvo de embates entre as áreas ambiental e energética do governo.
*Juros seguem em pauta*
A decisão de um corte de 0,25 ponto nos juros feita pelo Banco Central na última semana segue repercutindo.
Foram a público comentar a decisão tanto o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, como o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo. Os dois votaram de forma diferente pelo tamanho do corte.
O Copom (Comitê de Política Monetária) rachou na última decisão, em uma divisão mal vista pelo mercado financeiro.
Relembre: os diretores indicados pelo governo Lula votaram a favor de um corte de 0,50 ponto nos juros, e membros indicados pelos governos anteriores foram mais cautelosos e votando por 0,25 ponto.
O que disse Campos Neto: que a discussão dos membros do Copom (Comitê de Política Monetária) se apoiou em critérios técnicos e defendeu que todos os argumentos foram considerados no debate.
↳ “O entendimento da maioria foi claro, que as mudanças tinham sido relevantes e que deveríamos responder com uma mudança do ritmo.
O que disse Galípolo: que cogitou votar por um corte de 0,25 ponto percentual. Ele é cotado para assumir a presidência da instituição depois do mandato de Campos Neto.
↳ “Hoje, estaria confortável em apresentar argumentos em favor de votar por um corte de 0,25”.
Ele diz, porém, que preferiu o voto por 0,50 ponto porque entendia que era esse o esperado do BC, já que a instituição já havia indicado esse tamanho de corte na decisão anterior.
Investe? Veja por que a decisão do Copom desperta dúvida sobre escolha do melhor indexador de renda fixa.
Já nos Estados Unidos As perspectivas para a ansiada queda dos juros no país melhoraram após dados de inflação divulgados nesta quinta-feira.
O índice anual mostra que os preços desaceleram de 3,5% no acumulado de 12 meses para 3,4%. Pode parecer pouco, mas afasta o receio de que a queda da inflação havia estagnado.
O resultado? Bons números nas Bolsas de Valores de Nova York, onde os índices tiveram forte alta e bateram recordes. Isso porque perspectiva de juros mais baixos ajuda as finanças das empresas, das pessoas e estimula o consumo.
*Sem festa…*
Em meio ao boom no mercado de shows por que passa o Brasil, Ivete Sangalo e Ludmilla decidiram cancelar suas novas turnês, que deveriam começar nas próximas semanas.
A nova turnê de Ivete seria em comemoração aos 30 anos de carreira da cantora baiana, que já gravou mais de 300 músicas. No Spotify, Ivete conta com cerca de 5 milhões de ouvintes mensais.
Já Ludmilla, que começou no funk carioca, comemoraria 10 anos nos palcos. No Spotify, ela tem 16 milhões de ouvintes mensais.
O que elas disseram: que a 30e, contratada para as produções, não tem condições de oferecer infraestrutura e segurança nos estádios.
↳ A produtora não conseguiria garantir as condições necessárias para que as apresentações acontecessem da forma como foram concebidas, com a excelência e segurança prometidas e acordadas, afirmou Ivete Sangalo.
O que diz a empresa: que as artistas tomaram a decisão de forma unilateral e que teria, sim, condições de cumprir o contrato. A produtora é responsável pela turnê dos Titãs e pelos festivais Knotfest, Ultra, Mita e GPWeek Natiruts, Sepultura, Jão e Forfun.
O mercado de shows vem em alta frequente desde o fim da pandemia. A previsão da consultoria PwC é de que ele cresceu 4,4% ao ano, e deve alcançar US$ 109 milhões (R$ 559,7 milhões) em faturamento em 2024.
Entenda: artistas têm apostado em grandes shows como fonte de renda, já que a receita paga por direitos de reprodução de streaming é insuficiente. No pós-pandemia, o interesse do público em alta por eventos depois de quase três anos de restrições também ajuda a explicar o boom.
Até 95% da renda anual de artistas famosos pode vir de turnês, segundo o Goldman Sachs.
Bruno Mars e o encontro entre os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia são os eventos mais esperados para o segundo semestre de 2024.
No começo de maio, a cantora Madonna, considerada a rainha do pop, se apresentou no Rio de Janeiro.
Outras grandes turnês também passaram pelo Brasil em 2023: Paul McCartney, Alanis Morissette, Roger Waters, Taylor Swift e RBD foram os principais nomes.
VICTOR SENA / Folhapress