JPMorgan diz que Brasil parece viver dia da marmota com risco fiscal e rebaixa recomendação para ações locais

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O JPMorgan tirou a recomendação de compra para ações brasileiras e apostou suas fichas no México. Em relatório feito pelo banco na última terça-feira (26), analistas do banco americano dizem que o cenário global favorece a economia mexicana, enquanto o Brasil vive um “dia da marmota” com o debate fiscal.

“Embora possa haver um esforço para manter o controle sobre as despesas, esta é hoje uma proposta muito difícil, considerando a falta de apoio geral na administração para um ajuste no lado dos gastos e as rigidezes apresentadas pelo próprio orçamento. Neste ponto, achamos que seria muito ambicioso esperar mudanças estruturais que permitiriam a estabilização da dívida em um futuro previsível”, dizem os analistas do JPMorgan.

Segundo o banco, o plano da nova presidente do México, Claudia Sheinbaum, de reduzir o déficit fiscal do país de 6% para 3,9% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025 é difícil, mas possível.

No documento, o JPMorgan, reduziu de “overweight”, equivalente a compra, para “neutro” a recomendação sobre as ações do Brasil, citando crescimento mais lento na China diante da pressão exercida pela futura política de proteção comercial do futuro governo de Donald Trump nos Estados Unidos.

Segundo os analistas, o crescimento mais lento na China, segunda maior economia do mundo, pode atingir o Brasil com preços menores de commodities, enquanto a economia mexicana deve se beneficiar de uma atividade mais forte nos EUA.

O cenário de política monetária do Brasil também pode ter um impacto sobre o mercado acionário brasileiro. O Brasil deve continuar elevando juros em 2025, o que pode prejudicar o desempenho de empresas, enquanto o México está em um ciclo de queda de juros.

O índice MSCI que reúne empresas do Brasil acumula queda de 23% desde o começo do ano. Isso se compara um ganho de mais de 6% do MSCI mais amplo de mercados emergentes.

Já sobre o México o JPMorgan elevou a recomendação de “neutro” para “overweight”, citando o forte crescimento dos Estados Unidos.

“Há uma correlação bastante alta entre a produção industrial mexicana e a dos EUA. Damos ao México o benefício da dúvida, mas estaremos monitorando de perto os acontecimentos, especialmente no que se refere à reforma institucional, que continua sendo o principal risco”, disse Emy Shayo Cherman, estrategista do JPMorgan.

Redação / Folhapress

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