Judas Priest volta ao Brasil e vocalista Rob Halford diz que ‘a banda está em chamas’

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Camiseta preta, colete de couro também preto, óculos escuros e pulseira de tachinha. Aos 73 anos, Rob Halford, o vocalista do Judas Priest, não deixa de lado seu característico visual rock’n’roll nem mesmo numa conversa por vídeo sobre os shows que a banda vai fazer em São Paulo no mês que vem —um no festival Monsters of Rock, no dia 19, e outro no Vibra São Paulo, no dia 20.

Se alguém tem propriedade para vestir este look, é ele, músico britânico que, desde o início dos anos 1970, ajudou a criar o som e o visual do heavy metal com sua banda, uma das mais adoradas e populares no circuito da música pesada. Depois de mais de cinco décadas na ativa e prestes a completar a marca de dez shows no Brasil, o que mantém a chama do Judas Priest acesa?

“Eu sempre disse, desde o primeiro dia, que os fãs são a parte mais importante de quem você é numa banda, porque eles te dão vida. Quando você tem um apoio tão grande dos fãs, isso te inspira a continuar fazendo mais metal. A banda sente desta forma”, afirma Halford, acrescentando que está animado em voltar a se apresentar em São Paulo e finalmente mostrar ao público local algumas músicas de “Invincible Shield”.

O disco, lançado há mais de um ano, foi o último do Judas Priest e não decepcionou os fãs. Os shows da banda terão três ou quatro faixas deste álbum, adianta Halford, dentre as quais “Panick Attack” e “Crown of Horns” —esta, indicada ao Grammy de 2025 como melhor performance de metal.

Mas o cantor lembra que seu grupo tem centenas de outras canções e que ao vivo eles repassam a carreira com músicas de todas as épocas, incluindo a clássica “Painkiller”, do disco de mesmo nome, que em 2025 completa 35 anos de lançamento. “A banda está em chamas.”

“Painkiller” se tornou um álbum fundamental do heavy metal. Lançado em 1990, foi um dos discos de uma leva que “definiu muitas coisas” para o metal, diz Halford, antes de citar que bandas como Pantera, Slayer, Metallica e Megadeth também produziram álbuns históricos naquele período.

O cantor conta que, embora os anos 1980 tenham sido fortes para o metal, na década seguinte havia “mais ferocidade, um tom mais sério”, e o Judas Priest estava determinado a reforçar a sua identidade como um pilar do gênero. “Tínhamos uma pauta para fazer ‘Painkiller’ do jeito que fizemos, implacável. Bang, bang, bang, bang, bang. Do começo ao fim.”

No final daquela década, Halford foi talvez o primeiro metaleiro a se assumir gay, numa entrevista para a MTV, um ato de coragem dado o período mais fechado na sociedade para a pauta de costumes e também pelo fato de sexualidade não ser um assunto na comunidade do metal, tida à época como muito conservadora. Sua atitude foi bem recebida e jamais prejudicou a carreira da banda.

“Para mim, [sair do armário] foi um momento bonito e também assustador, porque eu realmente não sabia o que ia acontecer”, ele diz. “Eu deveria saber que os metaleiros diriam, ‘Rob, nós não nos importamos’, ou ‘Rob, a gente já sabia’. A música é tudo o que importa, a banda é tudo o que importa. E acho que essa é a grande inteligência e compaixão da comunidade do metal no mundo todo.”

O Judas Priest é uma das atrações principais do festival Monsters of Rock, que este ano chega à sua oitava edição na capital paulista e, como o nome indica, traz nomes consagrados do gênero. Também se apresentam Scorpions, Europe, Savatage, Queensrÿche, Stratovarius e Opeth —esta, de metal progressivo, lançou no ano passado um disco que entrou em várias listas de melhores do ano, ” The Last Will and Testament”.

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MONSTERS OF ROCK 30 ANOS

– Quando Sáb. (19), a partir das 12h

– Onde Allianz Parque – av. Francisco Matarazzo, 1.705, São Paulo

– Preço De R$ 480 a R$ 2.800

– Link: https://www.eventim.com.br/event/monsters-of-rock-30-anos-allianz-parque-19377274/

– Shows Scorpions, Judas Priest, Europe, Savatage, Queensrÿche, Opeth e Stratovarius

JUDAS PRIEST E QUEENSRŸCHE

– Quando 20 de abril, domingo, às 20h

– Onde Vibra São Paulo – av. das Nações Unidas, 17.955

– Preço De R$ 350 a R$ 850

– Link: https://www.eventim.com.br/event/judas-priest-queensryche-vibra-sao-paulo-19863229/

JOÃO PERASSOLO / Folhapress

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