Juiz aceita pedido de recuperação extrajudicial da Tok&Stok

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Tok&Stok teve seu pedido de recuperação extrajudicial aceito pela justiça na sexta-feira (9), mesmo dia em que a Mobly anunciou a compra da companhia de móveis e itens de decoração.

A aprovação, emitida no final da tarde com assinatura do juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, era necessária para a continuidade do processo de aquisição.

Em uma recuperação extrajudicial, a empresa faz uma renegociação da dívida diretamente com um grupo de credores e pede homologação do plano na Justiça.

O valor total dos créditos abrangidos é R$ 641,6 milhões. Bradesco, Santander, Domus e FS Investments, signatários do documento, são responsáveis por 65% do valor da dívida, cerca de R$ 417 milhões.

As operações entre Mobly e Tok&Stok ocorrem menos de dois anos após a gigante dos móveis fundada em 1978, passar pela pior crise de sua história. Desde 2021, com a retração no consumo de produtos para a casa após a pandemia e aumento nas taxas de juros, a Tok&Stok viu seu endividamento crescer e sua situação financeira se deteriorar.

A empresa foi alvo de uma ação de despejo por causa do atraso no pagamento do aluguel de um imóvel em Extrema (MG), onde tem um centro de distribuição, em fevereiro de 2023. Depois disso, começou a fechar lojas para reduzir custos.

Em junho, seus sócios fizeram um aporte de R$ 100 milhões e conseguiram renegociar R$ 350 milhões em dívidas bancárias. Dois meses depois, a cofundadora Ghislaine Dubrule voltou à presidência da Tok&Stok, cargo que ocupara até 2017.

O valor mínimo atribuído à Tok&Stok na operação com a Mobly é de R$ 112,3 milhões. A Mobly, que continuará listada na B3, emitirá novas ações para incorporar a rival.

O acordo prevê a aquisição de 60,1% do capital da Tok&Stok geridos pela SPX Capital, colocando a Mobly na posição de acionista controlador.

Os fundos geridos pela SPX passarão suas ações na Tok&Stok para a Mobly e com isso a deterão 12% da gigante de móveis online.

LAURA INTRIERI / Folhapress

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