ARACAJU, SE (FOLHAPRESS) – A stalker que perseguia a atriz Débora Falabella desde 2013 foi considerada incapaz de compreender a gravidade dos seus atos e inocentada do processo judicial que respondia por perseguição e crimes contra a liberdade.
O caso foi julgado pela juíza Juliana Trajano de Freitas Barão, da 1ª Vara Criminal da Barra Funda, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A reportagem teve acesso aos documentos do caso, que corre em segredo de Justiça. O Ministério Público de São Paulo foi contrário à absolvição e pode recorrer da decisão.
Em março, a pedido da Justiça, a mulher passou por um teste de sanidade mental, que constatou que ela é inimputável e recomendou tratamento ambulatorial, o que pesou na decisão da juíza.
A magistrada ainda determinou que a ré seja acompanhada por, no mínimo, dois anos, em unidade ambulatorial designada pela Justiça. Mesmo com a inocência, a Justiça manteve a medida restritiva pedida por Débora Falabella.
A mulher não pode se aproximar em um raio de 2 mil metros de Débora. Se não cumprir a decisão, mesmo que tenha sido considerada inimputável, ela pode voltar a responder pelos crimes.
O histórico de perseguição começou em 2013, quando a fã entrou no mesmo elevador que a atriz e pediu uma foto. A mulher, hoje com 40 anos, passou a enviar presentes aos camarins de locais onde a artista se apresentava, além de cartas com teor íntimo e invasivo e mensagens intimidantes pelo celular.
Em 2015, Débora se apresentava no teatro Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, e a stalker a aguardou num local restrito para, ao fim da peça, tentar forçar a entrada no camarim. Ela foi retirada à força por seguranças. Em 2022, Débora Falabella fez uma queixa contra a mulher.
Os advogados da mulher alegam que ela não cria risco para ninguém e que isso ficou mostrado no caso, através dos laudos do exame feitos. Um diagnóstico de esquizofrenia, de 2004, foi incluído nos documentos da defesa da stalker.
A reportagem tentou contato com os advogados de Débora Falabella, mas não obteve retorno. O Tribunal de Justiça de São Paulo diz que “as informações dos autos são restritas às partes e seus advogados”. O Ministério Público de São Paulo disse que não iria se manifestar.
GABRIEL VAQUER / Folhapress