Justiça arquiva inquérito sobre a morte do cão Joca

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Justiça de São Paulo arquivou na sexta-feira (18) o inquérito sobre a morte do cão Joca em voo da Gol Linhas Aéreas. O golden retriever de 5 anos morreu dentro do avião para Fortaleza, no Ceará, depois de ter sido enviado para o destino errado pela companhia aérea, em abril.

A investigação sobre o caso pela Polícia Civil de Guarulhos foi concluída em julho e apontou que “houve efetivo erro no embarque do animal” durante a logística de viagem. Ninguém foi indiciado.

O arquivamento, assinado pelo juiz Gilberto Azevedo de Moraes Costa, da 6ª Vara Criminal do Foro de Guarulhos, acatou o pedido do Ministério Público de São Paulo, que alegou não haver elementos suficientes para o oferecimento de denúncia de maus-tratos.

No pedido acolhido pela Justiça, a promotora Adriana Regina de Santana Ludke afirmou que “ocorreu um erro no embarque do animal, por imprudência e negligência dos funcionários, que embarcaram a caixa contendo o cão Joca na aeronave errada e não realizaram as conferências devidas”.

No documento, Ludke argumentou ainda que “não há evidências de que os funcionários agiram visando maltratar o animal e, como consequência, levá-lo à morte e, tão pouco que, prevendo esta possibilidade, assumiram o risco desse resultado”.

O advogado Marcello Primo Muccio, que faz a defesa do tutor de Joca, João Fantazzini, disse neste domingo (20) que ainda não foi notificado da decisão. “Confirmada a notificação, será realizada uma análise detalhada para avaliar a viabilidade de interposição de recurso apropriado”, afirmou a defesa.

Em nota, a Gol declarou que contribuiu com a apuração dos fatos às autoridades e que respeita a decisão judicial.

RELEMBRE O CASO

O cachorro morreu no dia 22 de abril após ser embarcado em um voo errado da Gol Linhas Aéreas.

O cão Joca tinha 5 anos e viajaria do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, em Mato Grosso, no mesmo voo que seu dono. Por ser um cachorro de grande porte, não pôde ir junto aos assentos da aeronave e precisou ser despachado numa caixa de transporte, viajando no porão da aeronave.

Ao chegar a Mato Grosso, a Gol relatou o erro ao tutor. O cachorro não havia viajado no mesmo voo e tinha sido enviado para Fortaleza, cidade 2.082 km distante.

Fantazzini recebeu imagens e vídeos do cachorro no Ceará, com água sendo fornecida pelos funcionários da companhia aérea. Como Joca passaria por Guarulhos antes de ser enviado a Sinop, o tutor decidiu voltar para São Paulo para encontrar o animal.

Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, João notou que Joca estava sem sinais vitais. A morte do cão foi constatada por uma veterinária, que na ocasião deu laudo de “parada cardiorrespiratória com causa ainda a ser esclarecida”.

A Gol lamentou o ocorrido, atribuiu o desvio de rota do animal a uma falha operacional e disse que foi surpreendida pela morte do cachorro. Também afirmou, na época, que estava oferecendo todo suporte necessário ao tutor. “Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação”, disse, em nota.

ALÉXIA SOUSA / Folhapress

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