SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou o pedido de prisão do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, que dirigia um Porsche e bateu no carro do motorista Ornaldo da Silva Viana, 52, morto após o acidente.
O inquérito corre sob segredo de Justiça. Por isso, o trubunal não disse quais as medidas cautelares que determinou ao empresário no lugar da prisão. “Não é possível fornecer cópia ou detalhes da decisão da 1ª Vara do Júri da Capital. Podemos informar, apenas, que foram fixadas diversas medidas cautelares em lugar da prisão preventiva.”
A Polícia Civil de São Paulo havia voltado a pedir no sábado (6) a prisão preventiva de Fernando, após a Justiça negar um primeiro pedido. No requerimento do fim de semana, o delegado Nelson Alves, do 30° DP, no Tatuapé, alegou que o empresário tem poder aquisitivo elevado, podendo usá-lo para subornar testemunhas do caso e forjar provas a seu favor.
Também no sábado, a Promotoria de Justiça da 6ª Vara do Júri da capital deu parecer favorável à prisão preventiva do condutor do Porsche. O Ministério Público era favorável à apreensão de passaporte e outras medidas cautelares, caso a Justiça entendesse que ele deve responder em liberdade.
Entre elas, uma nova suspensão da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), proibição de sair da área de jurisdição da vara, entrega de aparelhos celulares e proibição do contato com testemunhas do caso.
Como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo, Fernando Sastre Filho estava com a CNH suspensa, e a recebeu de volta em 19 de março, 12 dias antes do acidente.
RELEMBRE O CASO
A colisão aconteceu na avenida Salim Farah Maluf por volta das 2h do último domingo (31). Sastre perdeu o controle do Porsche e colidiu na traseira de um Renault Sandero, de acordo com policiais militares que atenderam a ocorrência. Atingido, Ornaldo foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.
Fernando foi indiciado criminalmente por homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente. O dono do Porsche se apresentou na delegacia apenas na tarde de segunda, mais de 30 horas após a colisão.
O Ministério Público afirma que Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe do empresário que causou o acidente, tentou atrapalhar as investigações. De acordo com a Polícia Civil, o condutor do Porsche foi levado do local do acidente no carro da mãe sob a alegação de que seria atendido no hospital São Luiz. Com isso, os policiais militares que atenderam a ocorrência não aplicaram o teste do bafômetro.
A conduta da mãe do dono do Porsche também foi levada em consideração para o pedido de prisão, segundo o delegado Ruiz.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou a PM está apurando se houve erro por parte dos policiais militares ao permitir que ele fosse socorrido pela mãe.
Redação / Folhapress