Justiça derruba mandados de prisão contra réus pela morte de Anic Herdy

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A defesa de três réus acusados de envolvimento no assassinato da advogada Anic Herdy, 54, conseguiu habeas corpus para mandados de prisão que haviam sido expedidos contra eles.Mandados contra filhos de Lourival Fadiga, 46, réu confesso do crime, e a companheira dele foram derrubados. No final de junho, a Justiça havia decretado, novamente, a prisão preventiva dos irmãos Henrique e Maria Luiza Fadiga, e da mulher Rebecca Azevedo, investigados por participação na morte de Anic.

Decisão do desembargador Sidney Rosa da Silva nesta quinta-feira (3) não se estende a Lourival, que permanece preso. ”A pura gravidade do crime por si só não é motivo para iniciar uma execução de pena. Os motivos de uma prisão devem surgir de fatos concretos e não de ilações”, escreveu.

Em junho, Ministério Público pediu a prisão dos três após surgimento de supostas novas provas. Segundo o órgão, o laudo da necropsia, a localização do corpo da vítima e conteúdos extraídos de celulares reforçaram os indícios de participação do trio no crime. Apesar disso, eles não se entregaram e passaram a ser considerados foragidos.

Em maio de 2024, Henrique, Maria Luiza e Rebecca foram detidos e liberados em seguida. Na época, eles foram soltos por serem réus primários e possuírem bons antecedentes. O MP, no entanto, entendeu, este ano, que a liberdade deles poderia trazer riscos à ordem pública, além da possibilidade de fuga.

RELEMBRE O CASO

Anic era casada há 20 anos com o professor Benjamin Cordeiro Herdy, 78. Ele é dono de uma fortuna herdada do pai, que fundou o complexo educacional que deu origem à universidade Unigranrio, no Rio de Janeiro.

Lourival era funcionário do marido de Anic e se passava por policial federal. Ele se aproximou da família e ganhou a confiança de todos, principalmente de Benjamin.

Em 29 de fevereiro de 2024, advogada foi atraída para um motel por Lourival e assassinada. O corpo estava escondido na casa dele. Imagens mostraram Anic sozinha em um shopping de Petrópolis horas antes do crime. Ela deixou o local para se encontrar com o réu, que a teria matado asfixiada por uma abraçadeira. O corpo foi concretado.

Em seguida, Lourival teria forjado um sequestro. No mesmo dia em que Anic desapareceu, Benjamin recebeu mensagem informando que ela havia sido sequestrada. As mensagens, enviadas do próprio celular da advogada, traziam ameaças contra a vida dela e o orientava a não procurar a polícia.

Marido pagou R$ 4,6 milhões pelo resgate da vítima. Sem o retorno de Anic, o caso só foi informado à polícia 14 dias depois pela filha dela, e passou a ser investigado pela 105ª DP (Petrópolis).

Suspeito alegou que morte foi planejada e encomendada pelo marido de Anic. Lourival diz que ele e Benjamin forjaram um sequestro para encobrir o homicídio. A motivação do crime seria uma questão familiar, segundo a advogada do réu confesso, Flávia Fróes. A defesa de Benjamin negou, na época, que ele tenha sido o mandante e classificou a confissão de Fadiga como “ato de desespero e crueldade”.

MP descartou envolvimento do marido na morte da esposa. A promotoria pediu o arquivamento do inquérito que investigava Benjamin após análises de provas.

Lourival não conseguiu um acordo de delação premiada. Apesar disso, decidiu fazer a confissão para beneficiar os filhos e Rebeca, que haviam sido presos por suposto envolvimento no ato.

Redação / Folhapress

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