Justiça determina novas perícias no caso de menina baleada em ação da PRF

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça Federal determinou a realização de uma nova perícia em todas as armas usadas pelos policiais rodoviários federais que balearam a menina Heloisa dos Santos Silva, 3, durante uma ação no Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.

Baleada na nuca e na coluna, a criança morreu no dia 16, após ter ficado nove dias internada em estado grave.

A nova perícia é um pedido do Ministério Público Federal e será feita pela Polícia Federal. Além das armas, o fragmento de bala que atingiu Heloisa e o carro em que estava a família da vítima também serão periciados.

Em requerimento, o procurador da República Eduardo Benones, coordenador do Núcleo do Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal do Rio, argumenta que há a necessidade de novas perícias porque o julgamento do caso é de competência da Justiça Federal.

Segundo o Ministério Público Federal, as novas perícias evitarão futuras alegações de nulidade dos exames que já foram realizados pela Polícia Civil do Rio.

Quando foi atingida pelos disparos, a criança estava com a família, indo para casa, em Petrópolis, na região serrana do Rio

Segundo relatos de testemunhas, uma viatura da Polícia Rodoviária Federal começou a seguir o carro da família na altura de Seropédica e agentes abriram fogo após o pai da criança, William Silva, dar sinal de parada.

Os três policiais envolvidos na morte de Heloisa foram afastados de suas funções e a Justiça Federal determinou que seja realizado monitoramento eletrônico e recolhimento domiciliar dos agentes.

De acordo com a decisão, o recolhimento deve ocorrer no período noturno e nos dias de folga.

Os agentes estão proibidos de se aproximar do veículo Peugeot 207 atingido no episódio e de manter contato com as vítimas envolvidas na ação policial.

À reportagem, a responsável pela área temática dos direitos humanos da PRF, Liamara Cararo Pires, afirmou que a morte de Heloisa vai contra as diretrizes da corporação.

“No mínimo, a gente pode dizer que os resultados não foram aqueles que são esperados nem desejados”, afirmou.

Redação / Folhapress

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