SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A 6ª Câmara de Direito Criminal de São Paulo negou nesta quinta-feira (8) um pedido de anulação do processo no qual o empresário e influenciador Renato Cariani é acusado de tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O pedido foi feito em um habeas corpus protocolado pela defesa de Cariani. O principal argumento era o de que o caso, por ter sido investigado pela Polícia Federal a partir de dados inseridos em um software federal, era de competência da Justiça Federal. Ele corre na Justiça Estadual.
Relator concordou que o caso deveria ser analisado pela Justiça Federal. “Nesse quadro, não verifico a alegada incompetência da Justiça Estadual e entendo que o caso seja de se prosseguir com o processamento do feito”, diz o voto do relator Marcos Corrêa.
A defesa de Cariani foi liderada pelo advogado José Eduardo Cardozo. O ex-ministro da Justiça também foi defensor da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment em 2016.
Roseli Dorth, sócia de Cariani na empresa Anidrol, também é alvo do Ministério Público. Os dois são investigados por participar de um esquema de desvio de produtos químicos usados no processamento de cocaína para o tráfico de drogas.
Segundo a PF, eles teriam vendido mais de 12 toneladas de produtos usados na produção de drogas a falsos representantes da AstraZeneca e outras duas farmacêuticas. Esses produtos teriam sido então desviados para traficantes.
Cariani e Roseli negam as acusações. Eles afirmam que foram vítimas de uma quadrilha de criminosos que se passou por representantes das farmacêuticas.
Além deles, são réus no processo o casal Fabio Spinola Mota e Andreia Domingues e um funcionário deles chamado Rodrigo Pereira. O trio é acusado de simular a identidade de representantes farmacêuticos, atuando na aquisição dos produtos e na suposta distribuição deles ao tráfico.
PEDRO LOPES / Folhapress