Kamala Harris faz aproximação a empresários e outras notícias do mercado nesta quinta-feira

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Kamala Harris faz aproximação a empresários e investidores às vésperas da disputa com Trump. Nubank mira expansão para a Argentina e outras notícias do mercado nesta quinta-feira (24).

**O ‘STAFF’ ECONÔMICO DE KAMALA**

Kamala Harris, vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca, dá sinais de que sua equipe econômica será menos à esquerda do que a de Biden em caso de vitória.

Em análise publicada pela Folha, o jornal inglês Financial Times mostra que Kamala tem mais proximidade com empresários e grandes investidores do que o atual presidente. A candidata também já disse ser capitalista e “pragmática”.

Fontes próximas à campanha também dizem que não a veem nomeando tantas pessoas associadas à ala progressista do Partido Democrata.

↳ Ela enfrenta o ex-presidente republicano Donald Trump em 5 de novembro.

Amigos. Entre os executivos no seu círculo pessoal, estão Tony West, diretor da Uber e cunhado de Kamala. Ele tem sido um de seus principais conselheiros.

Outro nome é Mark Cuban, investidor esportivo e de mídia, que tem defendido que a democrata é melhor para os negócios do que Trump.

O ‘Haddad’ deles. Num eventual governo, a nomeação mais aguardada seria para a Secretaria do Tesouro, equivalente ao Ministério da Fazenda.

Janet Yellen, que está no cargo desde o início da presidência de Biden, disse no mês passado que seu trabalho “provavelmente terminou”.

Wally Adeyemo, 43, o secretário adjunto do Tesouro, é considerado um sucessor natural. Ele estabeleceu laços com a candidata e é bem visto por ambos os partidos.

Ao contrário de Yellen, Adeyemo não tem atuação como economista, mas é conhecido por sua habilidade política, tendo trabalhado no fundo de investimentos BlackRock.

Sim, mas… Apesar de sua aparente abertura aos empresários, o Financial Times destaca que Kamala não se comprometeu em substituir autoridades de órgãos fiscalizadores, frequentemente criticados por Wall Street.

Apoio de peso. Um grupo de 23 vencedores do Nobel de economia divulgou uma carta defendendo os planos econômicos da candidata nesta quarta-feira (23).

↳ A iniciativa foi liderada por Joseph Stiglitz, professor da Universidade de Columbia e vencedor do prêmio em 2001.

Veja o que os candidatos propõem. Em geral, a agenda de Kamala defende:

↳ Expansão de gastos com programas sociais, como os de moradia, restrições a setores poluentes, e fiscalização sobre aumentos de preços abusivos.

↳ Ela também promete mais impostos para ricos e elevação do salário mínimo.

Já Trump prega a proteção da indústria americana, com fortes barreiras a importações. Outra pauta é a redução de impostos para empresas.

Efeitos. Com a força de Trump nas pesquisas recentes, o mercado financeiro tenta estimar as consequências dessa agenda, já se adiantando com movimentos que impactam a Bolsa e o dólar.

As propostas de tarifas e corte de impostos são consideradas inflacionárias, o que significa juros altos por mais tempo.

Assunto delicado. A economia americana é um ponto sensível para a campanha democrata.

Apesar do forte crescimento nos anos Biden, a inflação também disparou. Daí vem a proposta de fiscalizar aumentos abusivos.

Mesmo que agora tenha baixado, a inflação reduziu o poder de comprar de muitos dos americanos.

O colunista Vinicius Torres Freire discutiu os efeitos econômicos de uma eventual vitória de Trump em sua última coluna. Leia aqui.

Quer acompanhar a reta final da corrida? A correspondente em Washington, Fernanda Perrin, escreve semanalmente uma newsletter sobre as eleições americanas.

**NUBANK MIRA A ARGENTINA**

Com atuação forte no Brasil, México e Colômbia, o Nubank considera expandir seus serviços bancários para a Argentina.

↳ O banco digital tem 100 milhões de clientes, sendo que 60 milhões deles consideram o Nubank sua principal instituição financeira.

↳ Apesar da prolongada crise econômica, a Argentina possui o terceiro maior PIB (Produto Interno Bruto) da América Latina e uma população de 46,7 milhões de habitantes.

A informação foi confirmada pelo CEO global do Nubank, David Vélez, nesta quarta-feira (23). De acordo com ele, as reformas implementadas pelo presidente Javier Milei são um dos fatores que despertaram o interesse.

“Estamos observando a Argentina; é impossível ignorar o que Milei está fazendo. Ainda é cedo para uma decisão definitiva, mas estamos atentos ao que pode acontecer nos próximos 12 a 24 meses. A velocidade das mudanças no país é impressionante”, afirmou Vélez.

Entenda: na Argentina, o uso de cédulas de papel é significativamente maior do que no Brasil, especialmente em dólares. A desconfiança no sistema bancário se deve à valorização do dólar, ao medo de confiscos e a falências das instituições financeiras.

↳ Caso o país experimente uma recuperação econômica, é esperado um aumento na bancarização e possíveis transformações culturais.

A Argentina hoje. Milei promoveu fortes cortes de gastos desde que assumiu o poder em janeiro, levando o país a fechar um semestre inteiro com as contas no azul pela primeira vez em 16 anos.

Salários foram congelados, assim como repasses a programas sociais e às províncias. Obras também foram interrompidas.

Apesar do freio no consumo e aumento da pobreza, a inflação dá sinais de controle.

Outras medidas também tentam estimular os argentinos a depositarem seus dólares nos bancos, principalmente os que mantêm recursos fora do país, ajudando nas reservas.

**É O FIM DOS CAIXAS?**

O “self-checkout” está mudando o comércio. Em bom português, ele é a tecnologia que permite o autoatendimento nas lojas. Você entra, pega e paga por conta própria.

Nos modelos mais avançados, nem é preciso tirar a carteira do bolso. O valor é debitado automaticamente de cartões ou contas digitais.

Em números: o mercado de “self-checkout” no varejo deve crescer de US$ 4,4 bilhões (R$ 25,06 bilhões) em 2024 para US$ 12,07 bilhões (R$ 68,73 bilhões) até 2032, alta de 13,4% ao ano, de acordo com a Market Research Future.

↳ Nos últimos anos, esse modelo cresceu principalmente em condomínios e escritórios, mas tende a ganhar espaço em grandes lojas de rua.

Como funciona? Há vários modelos, com diferentes níveis de tecnologia.

Nos mais simples, o cliente precisa escanear os códigos de barras e realizar o pagamento com cartões, celular ou transferência via Pix.

Grandes supermercados e lojas de conveniência usam amplamente esse nível de automação.

Já os modelos avançados usam sensores e eliminam etapas no processo de compra. A ideia é oferecer uma experiência com o mínimo possível de fricção.

A penetração da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) no varejo impulsiona a adoção de tecnologias mais avançadas. A mudança de hábitos de consumo no pós-pandemia também contribui para essa tendência.

Além de sensores de movimento, lasers e algoritmos de reconhecimento facial são algumas das tecnologias envolvidas.

Jeff Bezos à frente. A Amazon foi pioneira na criação dos modelos mais avançados ainda em 2018, nos Estados Unidos.

Batizadas de Amazon Go, as lojas não exigiam nenhuma ação, exceto ter um cartão de crédito cadastrado no aplicativo da Amazon no celular.

Quem mais faz? No Brasil, a rede Ziatt foi uma das primeiras a criar pequenos pontos de venda do tipo. Em 2023, ela foi adquirida pela startup BuyBye, que está em expansão.

Já startups como BeePay e a portuguesa Sensei oferecem o sistema a empresários interessados em aplicar essa tecnologia em seus estabelecimentos.

A Sensei recebeu recentemente um investimento de R$ 91 milhões em sua Série A, coordenada pelo fundo Kamay Ventures. Nos últimos anos, fez parcerias por aqui com redes como o Grupo Muffato, de supermercados, a empresa Fast Gôndolas e a Check-outs. Entenda os termos do mercado de startups aqui.

O diferencial do sistema está na leitura automática dos produtos retirados das gôndolas por sensores e a aplicação em grandes lojas. A Sensei afirma ter precisão acima de 99%.

↳ A startup já levantou 21 milhões de euros (R$ 119,5 milhões) em rodadas de financiamento.

VICTOR SENA / Folhapress

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