SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Derrotada nas eleições presidenciais dos Estados Unidos da última terça-feira (5), Kamala Harris presidirá a cerimônia de certificação de vitória de seu adversário nas urnas, Donald Trump, no próximo 6 de janeiro mesma data em que, há quatro anos, extremistas apoiadores do presidente eleito invadiram o Capitólio em uma tentativa de mantê-lo no poder.
A atribuição de Kamala na data tem origem na Constituição americana. Esta determina que o número dois da Casa Branca é também o presidente do Senado o responsável, por sua vez, por anunciar o resultado da eleição e certificar a vitória do presidente.
A democrata deu indícios de que vai trabalhar para uma sessão sem sobressaltos. Depois de ligar para Trump e parabenizá-lo pela vitória, ela reconheceu sua derrota em um discurso na Universidade Howard e pediu para seus apoiadores respeitarem o resultado do pleito.
A postura é bem diferente da adotada por Trump na eleição de 2020. Naquele ano, ele não apenas se recusou a reconhecer os resultados que deram vitória ao atual presidente americano, Joe Biden, como passou a afirmar, sem provas, que houve fraude na votação. A recusa em admitir a derrota inclusive desembocou em um processo na Justiça, um dos vários que o republicano enfrenta.
Ele é acusado de tentar mudar o resultado da eleição na Geórgia, estado onde perdeu por uma diferença de apenas 0,02% uma ligação por telefone vazada mostra Trump pedindo a uma autoridade local que encontrasse cerca de 12 mil votos.
A resistência do ex-presidente a deixar o poder chegou a seu ponto mais grave justamente durante a certificação, quando uma turba insuflada por ele invadiu o Congresso e paralisou a cerimônia. Em outubro deste ano, Trump afirmou que aquele foi um “dia do amor”, no qual “nada de errado” aconteceu. O ataque deixou cinco mortos e centenas de feridos.
Em junho de 2022, o comitê do Congresso americano que investigava a invasão ao Capitólio apontou que o ex-presidente pressionou seu vice, Mike Pence, a contestar a vitória de Biden e não certificá-la. A imposição teria ocorrido mesmo após ele ser informado de que o então vice-presidente não tinha autoridade para se opor formalmente à sua derrota.
Confira a seguir as principais datas até a transferência de poder para Trump.
ATÉ 11 DE DEZEMBRO
Todos os estados devem certificar os resultados da eleição até 11 de dezembro. Antes disso, os votos podem ser recontados seja por medida automática, nos casos em que a disputa tiver sido muito acirrada, seja a pedido de algum dos candidatos.
17 DE DEZEMBRO
Nesta data, os delegados de cada estado devem se reunir em suas respectivas capitais para oficializar seu voto para a Presidência. Havia um temor de que alguns dos representantes não cumprissem a prerrogativa de acompanhar o voto majoritário de seus estados como usual. Esse receio ficou reduzido diante da vitória de Trump, porém, já que se esperava que uma atitude do tipo viesse de um de seus apoiadores.
6 DE JANEIRO
O Congresso americano deve chancelar o resultado obtido no pleito eleitoral em uma cerimônia presidida por Kamala.
20 DE JANEIRO
Trump deve tomar posse da Presidência dos EUA. Biden deve transmitir legal e simbolicamente o poder em uma cerimônia repleta de autoridades políticas locais e convidados internacionais.
Redação / Folhapress