Limpeza de Porto Alegre vai custar mais de R$ 100 milhões, diz prefeito

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, informou que a limpeza da cidade vai custar mais de R$ 100 milhões. Declaração foi dada nesta segunda-feira (13), durante entrevista coletiva.

Sebastião Melo explicou que custo é para limpar bairros atingidos pela enchente. “Nós temos que limpar a cidade. Eu tenho tido muita cautela e não autorizo nenhum secretário a falar sobre isso. Mas eu posso afirmar que a limpeza da cidade vai custar mais de R$ 100 milhões. Só a limpeza desses bairros atingidos, 30% da cidade. Você vai ter que raspar o lodo, desentupir esses canos entupidos”, disse.

O prefeito anunciou que a administração municipal fechou uma parceria com uma consultoria para recuperar a infraestrutura da cidade. “Já tivemos reuniões. Estão chegando 20 pessoas que vão se instalar em Porto Alegre. Eles vão trabalhar para olhar também a recuperação da cidade. Sozinho nós não daremos conta”, esclareceu. Empresa vai atuar sem custo para o município nos primeiros 60 dias, acrescentou o prefeito.

Melo também pediu que os moradores não retornem para suas casas. Ele confirmou a previsão de que o nível do Guaíba chegue a 5,5 metros. “O apelo que eu quero fazer é que ninguém volte para casa. Tomara que não chegue a 5,5 metros, mas eu tenho que acreditar na ciência, na meteorologia. Então, não dá para voltar. Mais seis mil pessoas podem ser atingidas com alagamento”, afirmou.

Gestão municipal diz que não haverá muitos danos adicionais caso Guaíba chegue a 5,5 metros. O diretor-geral do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) de Porto Alegre, Mauricio Loss, explicou que a prefeitura não espera por muitos danos adicionais caso o nível do Guaíba suba mais e alcance 5,5 metros. “Nos pontos onde a água ainda não tinha chegado, vai ter uma lâmina, ficando um pouco mais acima, mas não teremos grandes tragédias frente ao que já temos”, afirmou.

O prefeito defendeu que foram feitas manutenções no sistema de contenção de cheias. “O sistema de proteção foi concebido na década de 1960, 1970 e ele foi testado dessa forma pela primeira vez (…) A gente tem que pegar todos os governos de 1970 para cá e fazer essa discussão. O que a gente não pode é fazer um recorte de três anos para cá”, destacou.

Sobre o prazo para a água baixar na cidade, o diretor-geral do Dmae explicou que o cenário é dinâmico. “Nós não temos como prever se serão 15 dias ou um mês justamente por isso: estamos sujeitos a diversas intempéries, que mudam a todo momento. Podemos ter dois ou três dias de vento sul, como podemos ter uma semana de vento norte, que ajuda muito. Mas a gente conseguir prever, é muito difícil”, avaliou.

“Se as 23 casas de bombas estiverem funcionando, o cenário é um. Para bombear, a água também tem que ter baixado no rio. Então, o que vai acontecer na vida prática é que vão ter bairros que vão secar primeiro e outros vão demorar um pouco mais. Não vai ser uma coisa igual para toda a cidade”, afirmou Loss.

ESPECIALISTAS ALERTARAM AO RISCO DO AUMENTO DO NÍVEL DO RIO

Ainda no fim de semana, a projeção de especialistas era de que o Guaíba chegasse à marca de 5,5 metros. O estudo é da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do Instituto de Pesquisas Hidráulicas.

Máxima deve atingir a cidade entre esta segunda-feira (13) e a terça-feira (14). O motivo da subida do nível da água é o vento sul forte somado às chuvas que atingem a capital desde a sexta-feira (13).

Chuvas no norte do Rio Grande do Sul também influenciam no nível da água. As áreas das bacias dos rios Taquari, Cai, Sinos e Jacuí, afluentes do Guaíba, também receberam fortes chuvas e ventos de cerca de 50 km/h.

Redação / Folhapress

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