Litoral de São Paulo registra uma morte por afogamento por dia em 2024

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ano começou com número alarmantes de mortes por afogamentos no litoral de São Paulo. Nos primeiros 14 dias de 2024, foram registradas ao menos 15 mortes de banhistas, uma média de um registro por dia, segundo o GBMar (Grupamento de Bombeiros Marítimos).

Entre os dias 1º e 14 de janeiro, além desses 15 banhistas mortos, outras 589 pessoas foram salvas de afogamentos nas praias de São Paulo.

Na manhã de segunda-feira (15), por exemplo, duas pessoas se afogaram em Bertioga. As duas vítimas eram de Guarulhos. Um homem de 30 anos foi salvo, mas o amigo, de 33, não foi localizado. O homem que foi salvo relatou aos salva-vidas que caíram em uma corrente de retorno muito forte e foram arrastados para o fundo. As buscas continuam.

Durante a tarde, um adolescente de 15 anos também se afogou em uma corrente de retorno, em Mongaguá. Um primo que estava com ele conseguiu segurá-lo pela mãe por alguns instantes, mas ainda assim ele afundou. O corpo foi encontrado em Itanhaém.

Ainda no período da tarde, dois primos de Ferraz de Vasconcelos se afogaram em Itanhaém. Um conseguiu se salvar, mas outro afundou e sumiu. O corpo foi encontrado depois e aguarda reconhecimento.

Médica alerta para cuidados

Nos meses de verão, que coincidem com férias escolares e viagens para cidades litorâneas, o cuidado precisa ser redobrado para evitar afogamentos. Segundo boletim epidemiológico de afogamentos no Brasil da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), de 2022, entre os meses de dezembro e março são registradas cerca de 45% das ocorrências desse tipo em todo no país.

O excesso de confiança pode ser uma das causas de afogamentos, segundo a médica clínica geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“As pessoas não podem deixar o cuidado em segundo plano. O excesso de confiança e o descuido com a segurança, pode levar a casos de afogamento, mesmo de quem sabe nadar”, afirma.

Outro ponto importante é evitar ingerir bebidas alcoólicas para não ter os reflexos alterados, dia a especialista que alerta sobre como o socorro deve ser prestado.

“Não entre na água sozinho para prestar socorro. Primeiro ligue para o 193 e acione a equipe de salva-vidas mais próxima. Caso não tenha outra opção, entre na água somente com algo que flutue, como uma boia ou prancha, para que o banhista se apoie nesse material e não em você. Dessa forma, você reduz as chances das duas pessoas se afogarem”, disse.

DICAS

– Respeite a sinalização. As placas de advertência reforçam sobre os limites e avisos de perigos;

– Procure o salva vidas local e verifique os pontos mais seguros para banhistas;

– Procure reconhecer a profundidade do local, principalmente em regiões que contenham pedras, como rios e cachoeiras;

– Evite nadar próximo a barcos, navios e outras embarcações;

– Insira equipamentos de proteção nas piscinas, como grades, cercas e tablados;

– Atente-se com as crianças: pais e responsáveis devem manter o olhar constante para evitar perigos na água, uso de boias são recomentadas para os pequenos;

– Utilize coletes salva-vidas em barcos e para realização de atividades esportivas na água, como o stand-up padle, a canoa havaiana etc.;

– Mantenha objetos flutuantes por perto. A boia é uma excelente alternativa para auxiliar durante o mergulho.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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