Luciano Ducci diz em sabatina que quer ser o candidato de Lula à prefeitura de Curitiba

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Curitiba Luciano Ducci (PSB) falou em sabatina nesta sexta-feira (19), no ciclo de entrevistas promovido por Folha de S.Paulo e UOL, que o apoio do presidente Lula (PT) é importante para a sua pré-candidatura.

“Quero ser candidato do presidente Lula a prefeito de Curitiba, porque o apoio do governo federal é fundamental para você fazer uma grande gestão”, disse.

“Somente um prefeito que fosse incompetente, que não tivesse noção do que é o cargo de prefeito, não gostaria de ter apoio do governo federal e do presidente da República.”

A aliança de Ducci inclui o apoio do PT, PCdoB, PV e do PDT —que deve indicar o vice, deputado Goura Nataraj (PDT).

Liderando uma frente progressista, Ducci votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. O deputado diz que o contexto da época, que incluía uma mobilização da sociedade, falhas de articulação política, o argumento das pedaladas fiscais e uma decisão partidária do PSB, explica seu voto.

“Eu, hoje, não votaria pelo impeachment da presidente Dilma naquela circunstância anterior”, disse. Entretanto, negou estar arrependido do voto. “Eu votei numa circunstância de 2014, e votei de forma muito clara, muito transparente.”

Ducci criticou as privatizações promovidas pelo governo Ratinho Júnior (PSD), especialmente da Copel (Companhia Paranaense de Energia), que definiu como “uma companhia robusta, lucrativa, que foi privatizada a preço de banana”.

O pré-candidato estendeu a crítica à privatização da gestão de escolas, aprovada pelos deputados estaduais em junho. “É um absurdo o que acontece”, disse Ducci. “Temos preocupação inclusive que isso venha a acontecer na Prefeitura de Curitiba.”

Ducci também disse que pretende construir mais creches públicas para resolver o déficit de cerca de 10 mil vagas na rede infantil de ensino municipal. “Talvez em um primeiro momento tem que continuar pegando vagas na iniciativa privada ou nas creches sociais, mas eu não quero isso”, disse.

Na área de transporte público, Ducci disse que é a favor de subsídios no valor da passagem como forma de reduzir o custo.

“Senão vai ter uma tarifa muito alta, impraticável, vai diminuir o número de passageiros e vai criando uma circular da morte na área do transporte que vai ter sempre menos passageiro e a passagem mais cara a cada vez.”

O pré-candidato afirmou que é caro e demorado trocar a frota de Curitiba para ônibus elétricos, mas que é preciso assumir um compromisso ambiental para redução da emissão de carbono. “Vou fazer com que nossa frota seja toda movida a biocombustível”, disse.

Ducci disse que “tarifa zero não existe”, citando os subsídios necessários para que ela aconteça. “Hoje a tarifa de Curitiba é aproximadamente R$ 8,50. O cidadão paga R$ 6, mas a prefeitura paga R$ 8,50”. Apesar disso, o pré-candidato diz ser a favor da ideia quando ela se tornar viável.

Para o deputado, só é possível tirar a tarifa zero do papel com uma participação ativa do governo federal e do Congresso, por envolver a criação de fundos de mobilidade para custear a mudança. “Ela é possível tecnicamente de ser implantada, mas envolve uma alteração em várias leis nacionais para que isso aconteça.”

Em temas nacionais, Ducci se posicionou contra ampliar acesso a armas e defende manter a atual legislação sobre aborto no Brasil. Também disse ser a favor de uma regulamentação “séria” dos jogos de azar ,

Afirmou ainda ser a favor da legalização da maconha para uso medicinal, destacando ser o relator do projeto 399/15, que cria regramentos para o plantio de Cannabis para este fim. Entretanto, não defende a liberação do uso recreativo.

Diego Sarza conduziu a sabatina, com participação dos jornalistas Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, e Catarina Scortecci, correspondente da Folha na capital paranaense.

Luciano Ducci é formado em medicina e já atuou como servidor público na cidade. Entrou na carreira política em 2002, conquistando uma vaga de deputado estadual. Dois anos depois, foi eleito vice-prefeito de Curitiba. Tornou-se prefeito em 2010, com a saída do à época titular, Beto Richa (PSDB). Em 2014, se elegeu para a Câmara dos Deputados, sendo reeleito duas vezes.

Além dele, outros dois postulantes foram convidados para as sabatinas. Na terça-feira (16), foi a vez do deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil). Na quinta-feira (18), o vice-prefeito e pré-candidato Eduardo Pimentel (PSD) foi sabatinado.

A série de sabatinas começou por Belo Horizonte, em junho. Nas últimas semanas, os pré-candidatos de Salvador, Porto Alegre, Recife e São Paulo foram entrevistados. Ainda haverá outras com concorrentes de mais 12 cidades.

Além disso, Folha e UOL promoverão debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.

CARLOS VILELA / Folhapress

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