RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Com impacto de menores preços do minério de ferro, o lucro da Vale caiu 77,4% no segundo trimestre de 2023, para R$ 4,5 bilhões. Nos primeiros três meses, a mineradora também havia registrado lucro menor do que no mesmo período do ano anterior.
No primeiro semestre, a empresa acumula lucro de R$ 14,1 bilhões, cerca de um terço do valor registrado nos primeiros seis meses de 2022, quando os preços do minério dispararam em reação à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Pelo resultado, o conselho de administração da companhia aprovou a distribuição de R$ 8,2 bilhões a seus acionistas, a título de juros sobre o capital próprio.
No segundo trimestre, a Vale ampliou a produção de minério de ferro, seu principal produto, em 6%, devido a recordes operacionais na mina S11D, no Pará. Também experimentou crescimento na produção de cobre (+41%) e níquel (+8%).
Mas, com preço de referência do minério 20% inferior ao do mesmo período do ano passado, sua receita caiu 13%, para R$ 47,7 bilhões. O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa, recuou 26%, para R$ 19,1 bilhões.
A empresa fechou o período com dívida líquida expandida, que inclui compromissos com ressarcimentos das tragédias de Brumadinho e Mariana, de US$ 14,7 bilhões (R$ 69,3 bilhões) , alta de 17% superior à verificada no fim do primeiro trimestre.
A empresa anunciou ainda a venda de 13% de sua operação de metais básicos à Manara Minerals, joint-venture entre a estatal saudita Ma’aden e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, e ao fundo americano Engine No.1.
Em nota sobre o balanço financeiro, o presidente da companhia, Eduardo Bartolomeo, citou a operação como “importante marco na jornada de Metais para Transição Energética para acelerar o crescimento com alta agregação de valor e destravar o valor potencial de longo prazo”.
“Continuamos realizando progressos substânciais na excelência operacional em todos os nossos negócios”, disse o executivo. “Continuaremos avançando com a incorporação das melhores práticas internacionais para que a Vale se torne uma empresa cada vez mais segura e sustentável.”
NICOLA PAMPLONA / Folhapress