SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quando os torcedores se lembrarem daqui a alguns anos da histórica campanha vitoriosa do Botafogo rumo ao primeiro título da Copa Libertadores, sacramentada neste sábado (30) com a vitória sobre o Atlético-MG, será difícil não falar do atacante Luiz Henrique.
O jogador de 23 anos, natural de Petrópolis (RJ) e revelado nas categorias de base do rival Fluminense, chegou ao Glorioso no início do ano após uma temporada sem grande brilho pelo espanhol Real Betis, mas já cercado de grandes expectativas pelo valor –a transação envolveu cifras da ordem de 20 milhões de euros (R$ 126 milhões) e seria superada pela chegada ao próprio Botafogo, alguns meses depois, do argentino Thiago Almada, que custou US$ 25 milhões (R$ 150 milhões).
Com grandes atuações pela ponta direita e gols –foram 12 bolas na rede em 52 jogos pelo Botafogo na temporada, até a final da Libertadores–, Luiz Henrique se tornou um dos protagonistas no ataque da equipe, ao lado do hoje reserva Júnior Santos e de Igor Jesus.
Pelo Campeonato Brasileiro, ele foi às redes sete vezes em 33 partidas, além de ter distribuído três assistências. Pela Libertadores, marcou quatro vezes em 12 jogos, incluindo nas oitavas de final, contra o Palmeiras, e nas semifinais, contra o Peñarol-URU, com duas assistências.
O desempenho destacado em campo do time que liderou a maior parte do Campeonato Brasileiro lhe rendeu as primeiras convocações para a seleção pelo técnico Dorival Júnior.
Em outubro, o atacante marcou pela primeira vez com a camisa do Brasil, assegurando a vitória por 2 a 1 sobre o Chile, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo. Ele voltaria a se destacar na partida seguinte, fazendo um dos gols e dando uma assistência na goleada por 4 a 0 sobre o Peru.
O melhor ano da carreira, no entanto, veio acompanhado de questões extracampo, relacionadas às crescentes suspeitas de manipulação de partidas para ganhos ilícitos em apostas.
Uma investigação aberta na Espanha apura o suposto envolvimento de Luiz Henrique com uma “organização criminosa dedicada à manipulação de resultados nas apostas desportivas”.
No ano passado, o atacante apareceu em relatório da SportsRadar, empresa que monitora movimentações suspeitas em apostas, por causa de um volume incomum de apostas casadas: ele, então no Betis, e Lucas Paquetá, no West Ham, da Inglaterra, receberiam cartões amarelos em suas partidas, o que de fato ocorreu.
Segundo o UOL, familiares de Paquetá fizeram transferências de R$ 40 mil para Luiz Henrique, dias depois.
O jogador negou que tenha participado do esquema de apostas. “Acho que querem apagar o meu brilho, mas eu sei que não vão conseguir. Sei que Deus está comigo, minha família está comigo, e nada disso está acontecendo”, declarou o camisa 7 do Botafogo.
Com a conquista da Libertadores, a expectativa agora se volta para as atuações em campo na reta final do Brasileiro. A duas rodadas do final, o time preto e branco só depende de si para buscar mais um título.
Redação / Folhapress