Lula anuncia nova fase do PAC com obras para prevenção de desastres, em meio à tragédia no RS

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quarta-feira (8) os projetos escolhidos no âmbito do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), incluindo obras para contenção de encostas e prevenção de desastres naturais.

O anúncio acontece em meio às chuvas fortes e as inundações que atingem o estado do Rio Grande do Sul, deixando um total de 100 mortos.

Para a prevenção de desastres naturais, serão R$ 1,7 bilhão. Governo afirma que todos os projetos apresentados pelo Rio Grande do Sul foram contemplados.

Serão três projetos de contenção de encostas selecionados, sendo dois deles em Porto Alegre e um em Santa Maria, com investimento total de R$ 152 milhões. O governo explica que as ações de drenagem e prevenção de inundações estarão presentes na próxima seleção do Novo PAC.

O governo planeja investir um total de R$ 18 bilhões nesses projetos, que integram os eixos Água para Todos e Cidades Sustentáveis e Resilientes do Novo PAC.

A maior parte desse montante será destinado para a renovação de frotas de ônibus, com veículos elétricos ou movidos a biocombustíveis.

Também deverão ser destinados R$ 5,2 bilhões para urbanização de favelas, R$ 313 milhões para regularização fundiária e R$ 400 milhões para abastecimento de água.

Em relação aos projetos para a contenção de desastres, o governo Lula afirma que os recursos serão destinados para obras de contenção de encostas em 91 municípios com problemas recorrentes de deslizamentos.

“Em decorrência das fortes chuvas e enchentes que atingem o estado do Rio Grande do Sul, todas as propostas de obras de contenção de encostas enviadas pelo Estado foram contempladas”, afirma material divulgado pela Presidência.

Em entrevista após o evento no Planalto, o ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que terá uma reunião virtual na quinta-feira (9) com prefeitos interessados em reconstruir casas, por meio do programa Minha Casa Minha Vida.

“Amanhã faremos a primeira reunião para falar sobre o Minha Casa Minha Vida Calamidades, tanto rural quanto urbano. E, na sequência disso, porque obviamente precisamos entender quando terminar todo esse ciclo que está acontecendo, vamos abrir diálogo com os prefeitos e com governo do estado para tratar de novas obras tanto na área de drenagem, tanto encosta”, afirmou o ministro.

O ministro explicou que grande parte dos municípios atingidos pelas inundações não estavam localizados em áreas de risco, por isso não entraram nessa fase do PAC.

“Só no Rio Grande do Sul, mais de 200 municípios que estão hoje em estado de emergência, antes desse vento climático que aconteceu, esses municípios não estavam em área de risco, então esses municípios não poderiam nem sequer participar do critério de seleção do PAC para encosta e drenagem”, completou.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também afirmou que o governo calcula atualmente que serão necessários R$ 1,2 bilhão para reparar as rodovias federais, nos trechos dentro do estado do Rio Grande do Sul, e que foram danificadas.

O Rio Grande do Sul vem sendo atingido desde a semana passada por fortes chuvas e inundações, que afetaram mais de 400 municípios. O total de mortos chegou a 95. O número pode aumentar ainda mais nos próximos dias, pois há um total de 128 desaparecidos, além de 372 feridos. Também há quatro óbitos em investigação.

De acordo com a Defesa Civil, há 66.434 desabrigados, instalados em alojamentos cedidos pelo poder público, e 158.992 desalojados.

Do total de 497 municípios do estado gaúcho, 414 foram afetados pelas fortes chuvas da região. O número representa 83% de todo o estado gaúcho.

As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e mais de 327 mil alunos foram impactados. Até o momento, 941 escolas foram afetadas, 421 danificadas e 71 escolas servem de abrigo.

A tragédia tem sido comparada ao furacão Katrina, que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e causou mais de mil mortes.

RENATO MACHADO / Folhapress

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