Lula chega a Santa Maria após 3 dias de temporais no RS e diz que não faltará recurso

CURITIBA, PR, E SANTA MARIA, RS (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) chegou à cidade de Santa Maria na manhã desta quinta-feira (2) para acompanhar os trabalhos de apoio às vítimas dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul. Ele foi recebido pelo governador Eduardo Leite (PSDB). Eles já haviam conversado por telefone ainda na quarta-feira (1º).

O estado já registra 13 mortes em decorrência das chuvas desde segunda-feira (29), de acordo com a Defesa Civil. Além disso, 21 pessoas estão desaparecidas.

Ao todo, 147 municípios foram afetados. Há inundações e alagamentos, além de relatos de pessoas ilhadas em vários municípios. São ao menos 9.993 pessoas desalojadas e 4.599 em abrigos.

A comitiva do presidente, com seis ministros, chegou à base aérea de Santa Maria por volta das 10h30. Devido ao mau tempo, não foi possível fazer um sobrevoo nas áreas mais atingidas, como estava previsto inicialmente.

Logo após uma reunião entre as autoridades federais e locais, Lula afirmou que “não permitirá que falte recurso para reparar os danos” causados pelas chuvas.

“Em um primeiro momento, temos que salvar vidas. Em um segundo tempo, vamos fazer a avaliação dos danos e buscar dinheiro para reparar”, disse o presidente.

“Eu fiz questão de trazer os ministros aqui porque eu quero que cada um deles assuma, não apenas na minha frente, mas também na frente da imprensa, um compromisso para minimizar o sofrimento que esse evento extremo da natureza está causando no estado. É o segundo em um ano que acontece. Então é preciso que a gente comece a ficar preocupado em cuidar do planeta Terra com muito mais carinho, com muito mais amor”, disse Lula.

Na comitiva, além da primeira-dama, Janja Lula da Silva, estavam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Renan Filho (Transportes), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Jader Filho (Cidades) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).

Também foram ao local o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o chefe do gabinete do Comandante da Aeronáutica, major-brigadeiro do ar Antonio Luiz Godoy Soares.

O governador agradeceu o apoio federal e voltou a dizer que se trata do “pior desastre climático” do estado. Leite acrescentou que, na comparação com outros recentes eventos extremos —como aqueles ocorridos em setembro e novembro do ano passado—, o que chama atenção agora é que a chuva não deu nenhuma trégua e as aeronaves estão com dificuldade para chegar aos locais. “Desde terça-feira [30], o mau tempo afeta os voos”, disse ele.

“Já é e será o pior desastre climático do nosso estado. O foco absoluto é no resgate das pessoas e em salvar vidas. Estamos perfeitamente alinhados nisso, presidente Lula”, afirmou o governador.

O presidente Lula voltou para Brasília por volta das 15h.

Durante a visita do presidente, também foi anunciado a montagem de um hospital de campanha em Lajeado, no Vale do Taquari. O comandante militar do Sul, general Hertz Pires do Nascimento, disse que a estrutura terá 40 leitos de enfermaria. “Será um local para triagem e recepção, com dois consultórios e uma emergência”, afirmou ele.

Segundo o governo federal, as Forças Armadas atuam com 626 militares na região. Há 45 viaturas e 12 embarcações e botes de resgate enviados pela Marinha e Exército, além de oito aeronaves.

O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública em edição extra do Diário Oficial publicada na noite desta quarta.

Nos próximos dias, as regiões norte e nordeste do estado também devem começar a sofrer as consequências das chuvas. Locais com barragens estão sob alerta e os planos de atendimento em caso de emergência foram ativados.

CATARINA SCORTECCI E MELINA GUTERRES / Folhapress

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