PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – O presidente Lula falou ao chanceler Wang Yi no Palácio do Planalto, em Brasília, que as contramedidas chinesas às tarifas americanas “são admiráveis e justas”, segundo relato da reunião divulgado na quinta (1º) pelo Ministério das Relações Exteriores da China.
O governante brasileiro teria dito ainda, sobre a retaliação chinesa, que ela “recebeu amplo apoio” e que “as práticas irresponsáveis e unilaterais de certos países devem enfrentar resistência conjunta”, acrescentando estar pronto para defender o livre comércio e as regras internacionais “e nunca permitir que a força se sobreponha à justiça internacional”.
No encontro, que contou também com o assessor Celso Amorim e o diplomata Auro Faleiro, Lula solicitou que Wang transmitisse ao líder Xi Jinping que, com intercâmbio frequente de alto nível e aprofundamento em vários campos, a relação com Pequim “é a escolha certa e tem um efeito exemplar para a cooperação sul-sul”.
Wang Yi, que esteve no Brasil para os encontros paralelos dos ministros do exterior e dos assessores de relações internacionais do grupo Brics, falou para Lula que “a oposição resoluta da China à intimidação unilateral visa salvaguardar não apenas seus interesses legítimos, mas os interesses comuns dos países em desenvolvimento”.
O presidente brasileiro viaja à China nos próximos dias 12 e 13, para uma visita de Estado e uma reunião da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). O chefe da Casa Civil, Rui Costa, manteve reuniões com autoridades e empresas chinesas nesta semana, em Pequim e Xangai, em visita preparatória para a cúpula.
Em encontro separado com Wang, também relatado pelo ministério chinês, Amorim teria dito que “as interações entre Lula e Xi demonstram plenamente a natureza estratégica das relações Brasil-China”. E que as medidas de Pequim contra as tarifas americanas “conquistaram a admiração de diversas partes, especialmente dos países do sul global”.
NELSON DE SÁ / Folhapress
