O presidente Lula (PT) divulgou a primeira foto após passar por uma cirurgia no quadril em uma publicação nesta quinta-feira (12) em que relatou ter conversado ao telefone com o presidente de Israel, Isaac Herzog.
O petista afirmou que agradeceu ao apoio na retirada de brasileiros que estavam no país, que declarou guerra ao Hamas após a facção terrorista lançar ataque em território israelense no sábado (7) e deixar cerca de 1.200 mortos.
“Reafirmei a condenação brasileira aos ataques terroristas e nossa solidariedade com os familiares das vítimas. Solicitei ao Presidente todas as iniciativas possíveis para que não falte água, luz e remédios em hospitais”, escreveu.
O petista disse que o Brasil quer ajudar na busca por um caminho da paz.
“Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra. Transmiti meu apelo por um corredor humanitário para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança. E que o Brasil está à disposição para tentar encontrar um caminho para a paz”, afirmou.
Lula foi submetido a uma cirurgia no quadril em 29 de setembro e, até hoje, não havia publicado nenhuma foto.
As informações relacionadas à saúde do presidente, que tem 77 anos, vêm sendo tratadas com cuidado especial por seus aliados e equipe, de forma a evitar que se estabeleça uma imagem negativa e de fragilidade.
A notícia de que os médicos iriam aproveitar a anestesia da operação no quadril para um procedimento simples nas pálpebras, por exemplo, só foi confirmada após Lula já ter deixado a mesa de cirurgia. Agora, ele divulgou a primeira imagem após os procedimentos para relatar a conversa com Herzog.
O governo tem feito um esforço concentrado entre diversos órgãos para retirar os brasileiros da área da guerra.
Aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) trabalham para resgatar as pessoas em Israel e, além disso, uma aeronave da Presidência da República foi acionada para tentar repatriar brasileiros que estão na Faixa de Gaza.
Em nota, o Palácio do Planalto afirma que o avião foi acionado em caráter de urgência, na tarde desta quinta. O avião modelo VC-2 (Embraer 190) tem capacidade para 40 passageiros.
A decisão de enviar um novo avião ocorre em meio ao avanço das negociações com o Egito para resgatar os brasileiros que voltar ao país são 22 brasileiros ao todo.
O total inicialmente era de 30 pessoas, mas desistências baixaram o número para 28, depois para os atuais 22 com a decisão de uma família de esperar ou procurar abrigo na região, por não ter condições financeiras para voltar à região quando e se o conflito acabar.
Agora, há 10 crianças, 7 mulheres e 5 homens na fila de espera, 13 deles numa escola católica a pedido do Escritório de Representação do Brasil em Ramallah (Cisjordânia). O local foi bombardeado em 2021, então os diplomatas alertaram Israel sobre a presença das pessoas, inclusive crianças, ali.
As tratativas para levar os brasileiros ao Egito pelo ponto de fronteira de Rafah estão em curso, mas esbarram no fato de que Israel não pretende cessar sua campanha de bombardeio, tornando qualquer veículo um alvo potencial.
O Exército de Israel afirma ter 35 batalhões na fronteira com Gaza prontos para invadir a região vizinha no momento em que houver aval do governo de Binyamin Netanyahu em Tel Aviv. Ao todo, são cerca de 300 mil soldados de prontidão.
A informação foi compartilhada pelo major Roni Kaplan, porta-voz dos reservistas das Forças de Defesa de Israel, durante entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (12). “Estaremos prontos caso o governo democrático de Israel decida por essa ação”, disse ele.
Segundo Kaplan, ao menos 2.700 ataques já foram realizados em Gaza desde sábado (7) em pontos que concentram membros da facção terrorista Hamas relatos de palestinos e de organizações de direitos humanos, no entanto, dão conta de que áreas civis são atingidas.
Tel Aviv, por sua vez, acusa o Hamas de usar os civis como escudos humanos. “Eles cometem um duplo crime de guerra: primeiro por lançar mísseis contra civis em Israel, segundo por usarem civis como escudos em Gaza”, disse Kaplan
MATHEUS TEIXEIRA / Folhapress