BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (5) que é ‘sempre muito difícil’ demitir ministros, retirá-los de suas pastas, mas que a realização de uma reforma ministerial será necessário para construir uma maioria no Congresso Nacional.
“É sempre muito difícil você chamar alguém e falar: ‘olha, preciso do ministério porque fiz um acordo com o partido político e preciso atender’. Mas essa é a política. O governo tem propostas importantes para passar no Congresso Nacional”, afirmou o presidente.
A declaração foi dada durante a transmissão semanal de Lula nas redes sociais, o Conversa com o Presidente. Ela acontece no momento em que o governo trabalha para concluir a primeira grande reforma ministerial de seu governo, para abrir espaço para o centrão.
Lula então citou que o governo precisa de uma maioria no Congresso Nacional para avançar as suas propostas de interesse. Citou então como exemplo a proposta de desoneração da folha de pagamento para 17 setores., que ele aponta que trará danos ao reduzir a receita do Executivo.
“Precisamos construir uma maioria para dar tranquilidade ao governo, nas mudanças que precisamos fazer para aprovar determinadas coisas e não permitir que coisas indigestas sejam aprovadas”, afirmou o presidente.
“Quando você aprova desoneração, qual é a consequência? Você diminui a receita do governo federal e do município e estado. O que eu acho, quando você vai fazer desoneração, não pode fazer uma lei que diga que está desonerado 17 setores. Você permite a desoneração que será resultado de um acordo entre trabalhadores, empresários e governo para saber qual a parte dos trabalhadores nessa desoneração”, completou.
Lula deve bater o martelo nesta semana sobre a reforma ministerial, que abrirá espaço em seu governo para abrigar o centrão.
Vão entrar no governo o líder do PP na Câmara, deputado André Fufuca (PP-MA), e o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).
Fufuca deve ocupar o Ministério dos Esportes, que será turbinado com recursos que virão com a regulamentação das apostas esportivas. Silvinho, por sua vez, deve ocupar a pasta dos Portos e Aeroportos.
Lula deve ter uma reunião nesta terça-feira (5) com o vice-presidente Geraldo Alckmin, para tratar da situação do PSB no governo, com a saída de Márcio França de Portos e Aeroportos.
Aliados do presidente afirmam esperar que o próprio Alckmin ceda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para evitar que seu correligionário seja prejudicado. O vice-presidente então deveria ficar com o chamado Conselhão, Conselho de Desenvolvimento, Econômico, Social, Sustentável.
RENATO MACHADO / Folhapress