SÃO GONÇALO DO AMARANTE, CE E BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira (2) que políticos e o Ministério da Fazenda “só trabalham sob pressão” porque “é mais fácil dizer não”.
A declaração foi feita quando o petista estava defendendo os recursos destinados ao Pé-de-Meia, programa do governo que incentiva a permanência de estudantes de baixa renda no ensino médio.
“Se não tiver dinheiro, vamos lá para o Dario [Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, que estava no evento]. Se ele reclamar, vamos forçar. Tanto os políticos, como presidente, quanto o Ministério da Fazenda, só trabalham sob pressão”, afirmou.
“Se a gente não pressionar, não sai. É mais fácil dizer não. O dinheiro mais sagrado que um presidente pode dar é para educação, senão tem que gastar com cadeia”, completou o presidente em evento no porto de Pecém (PE).
No local, ele assinou a sanção do marco legal do hidrogênio verde e a ordem de serviço para a construção de um trecho de infraestrutura da ferrovia Transnordestina no estado, além de outras iniciativas.
O presidente ressaltou o compromisso em ter a ferrovia pronta até 2026 e, para isso, citou o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante.
“Presta atenção Aloizio, estou te convidando. Primeiro para liberar recursos para fazer a rodovia e segundo que nós vamos fazer um jantar, antes de eu deixar a Presidência, andando nesse trem de onde for até chegar aqui no porto.”
A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do banco de fomento, Luciana Costa, foi citada por Lula e também pelo ministro Renan Filho (Transportes), que havia discursado antes do presidente.
“Se o BNDES liberar esse financiamento de R$ 600 milhões em breve, vamos contratar todos os lotes de execução da Transnordestina e fazer obras no Ceará inteiro para a ferrovia chegar rapidamente aqui ao porto de Pecém”, disse Renan Filho.
Um dos maiores projetos de infraestrutura do país, a ferrovia deve facilitar o transporte de insumos entre indústrias de diferentes setores e ajudar na exportação de produtos fabricados no país.
GUSTAVO NERY E ARTUR BÚRIGO / Folhapress