BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) disse, nesta quarta-feira (12), que não adianta ficar olhando apenas o PIB (Produto Interno Bruto), se não há distribuição equitativa do crescimento.
O chefe do Executivo também disse que fundos constitucionais não são para fazer superávit, mas para investir, e pediu à ministra do Planejamento, Simone Tebet, um levantamento geral dos fundos.
“Não adianta a gente ficar olhando apenas o PIB, cresceu 10%, 14%, 30%, se o resultado desse PIB não é distribuído de forma equitativa entre a totalidade da população. Se você cresce 1% e distribui 1%, vale mais do que ter 10% e não distribuir nenhum”, disse o presidente, em seu discurso.
A declaração foi dada na chegada à solenidade no Palácio do Planalto de entrega da Ordem Nacional do Mérito Científico e da retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT).
Lula disse também, ao solicitar o levantamento para Simone, que desde o seu primeiro governo, em 2003, falam em utilizar recursos de fundos constitucionais guardados para fazer superávit na balança comercial.
“Os fundos não foram criados pelo Senado Federal para fazer superávit, foram criados para investir em áreas. Vamos ter que começar a rever, senão Congresso Nacional não precisa mais criar fundo”, afirmou.
Em 1º de junho, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o PIB teve alta de 1,9% ante o quarto trimestre de 2022, de janeiro a março deste ano.
O crescimento da economia brasileira foi acima do previsto no primeiro trimestre de 2023, com impulso da agropecuária, que acabou mascarando o fôlego menor do consumo e a fraqueza dos investimentos produtivos em meio ao cenário de juros altos.
O resultado surpreendeu analistas ao ficar acima da mediana das projeções, que indicavam alta de 1,3%, segundo a agência Bloomberg.
O crescimento nos três meses iniciais do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também provocou uma onda de revisões para cima nas estimativas para o PIB no acumulado de 2023.
Agora, as projeções sinalizam alta próxima ou acima de 2% até dezembro algo fora do radar até pouco tempo atrás. Em 2022, o PIB cresceu 2,9%.
MARIANNA HOLANDA / Folhapress