BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) escolheu nesta sexta-feira (22) a advogada Vera Lúcia Santana Araújo para a vaga de ministra substituta do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na classe dos juristas.
Seu nome sairá em edição extra do Diário Oficial. Ela será a segunda mulher negra a integrar o TSE. Em junho, o presidente já havia escolhido a advogada Edilene Lôbo para outra vaga de substituta no tribunal.
Vera Lúcia foi selecionada a partir de uma lista tríplice enviada ao presidente pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro. Além dela, o Supremo enviou os nomes de Marilda Silveira e Daniela Lima. Todas já haviam aparecido em listas anteriores ao TSE.
Ela ficará no lugar de Maria Claudia Bucchianeri, que deixou a corte em agosto.
Na titularidade do tribunal, que é composto por integrantes do Supremo, do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e da advocacia, continuam os ministros Alexandre de Moraes, Kassio Nunes Marques, Cármen Lúcia, Raul Araújo, Isabel Gallotti, André Ramos Tavares e Floriano Azevedo.
Baiana de Livramento de Nossa Senhora, uma cidade de 43 mil habitantes, Vera Lúcia Santana Araújo tem quatro décadas de advocacia.
Filha de um garimpeiro e de uma professora de português, ela concluiu o ensino médio em Salvador e se formou em direito em Brasília.
Começou a advogar para sindicatos de trabalhadores e ajudou na fundação do PT, onde foi assessora jurídica e participou de debates internos sobre a questão racial. Não é filiada a partidos desde 2011.
Participou das lutas pela anistia, pelas eleições diretas, foi uma das integrantes do chamado “lobby do batom”, em defesa dos direitos das mulheres na Constituinte, e atuou no Movimento Negro Unificado. Foi assessora de Sigmaringa Seixas, que foi um dos advogados mais próximos de Lula.
Em 2022, ainda durante o governo Jair Bolsonaro (PL), tornou-se a primeira mulher negra a compor uma lista tríplice para assumir uma cadeira no TSE, mas não foi escolhida pelo então presidente.
Teve o apoio da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia para uma possível indicação ao Supremo na vaga aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber em setembro, mas Lula indicou o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) para o cargo.
JOSÉ MARQUES / Folhapress