BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai viajar à Rússia na próxima semana em um avião que não integra a frota presidencial após o problema na aeronave que trazia a comitiva de volta do México, no dia 1º.
O Palácio do Planalto afirma que Lula e seus assessores vão embarcar para Kazan, onde será realizada a cúpula do Brics, em um avião maior, o modelo KC-30 da FAB (A Força Aérea Brasileira), mas sem adaptações para receber autoridades.
São essas aeronaves, por exemplo, que estão atuando na operação para repatriar brasileiros que querem sair do Líbano. Um interlocutor no Ministério da Defesa, no entanto, garante que o uso de um dos aviões da frota não vai afetar a operação no Oriente Médio.
O modelo KC-30 é o maior avião de passageiros que integra a frota da FAB. Ele tem capacidade para cerca de 230 pessoas –por isso está sendo usado na operação no Líbano, que já tirou mais de mil brasileiros da zona de conflito.
No entanto, essa aeronave não contém os confortos dos dois aviões presidenciais que integram a frota presidencial. Ela não possui, por exemplo, um ambiente privativo para o presidente ou mesmo configurações adaptadas, como mesas para que Lula e seus assessores possam trabalhar.
A cúpula do Brics será realizada em Kazan, entre os dias 22 e 24 deste mês.
O avião presidencial oficial segue no México após o problema técnico que resultou na necessidade de sobrevoar por mais de quatro horas, em círculo, a região da Cidade do México para queimar combustível. Técnicos da FAB ainda trabalham em território mexicano para descobrir qual foi o problema e viabilizar o retorno da aeronave.
A frota também tem um avião reserva, justamente o que trouxe de volta a comitiva presidencial do México após o problema. Trata-se de um modelo Embraer-190. No entanto, segundo um interlocutor no Planalto, o problema desse avião é a falta de autonomia, que impede que longos trechos sejam percorridos sem abastecimento.
Os KC-30 empregados na operação de repatriação, por exemplo, estão realizando paradas para reabastecimento apenas em Lisboa, Portugal.
Newsletter Lá Fora Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo *** No dia 1º de outubro, o avião presidencial teve problemas técnicos depois de decolar na capital mexicana, por volta de 17h20 (horário de Brasília). A FAB não informou qual seria o problema, mas numa nota relatou que todos os procedimentos de segurança para solucioná-lo haviam sido realizados com sucesso.
Uma das hipóteses apontadas por integrantes do governo é que tenha havido um problema em um dos motores, após ter atingido um pássaro. A hipótese depois passou a ser descartada, internamente, por alguns interlocutores do governo. Militares da Aeronáutica afirmam nos bastidores que apenas com investigação da aeronave em solo será possível apontar a causa.
A nota da FAB que informou o problema no avião presidencial foi assinada pelo comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar, Marcelo Kanitz Damasceno.
“Informo que a aeronave presidencial VC-1, que transporta o Senhor Presidente da República no trecho entre o México e o Brasil, apresentou um problema técnico após a decolagem do Aeroporto da Cidade do México, nesta terça-feira (01/10)”, afirma o texto.
A aeronave precisou retornar para o aeroporto de origem, mas antes ficou sobrevoando a região da capital mexicana por quase cinco horas para queimar combustível e poder chegar ao solo em segurança. O pouso aconteceu em segurança, às 22h16, no horário de Brasília.
A comitiva depois embarcou no avião reserva, que costuma levar outros assessores mas que fica à disposição para casos de emergência.
RENATO MACHADO E MARIANNA HOLANDA / Folhapress