Machine Gun Kelly canta pop punk para estádio esvaziado e público desanimado em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pouco depois das 17h, quando Machine Gun Kelly subiu ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, a plateia não era grande para vê-lo. Ele é uma das atrações do festival GP Week, que acontece neste fim de semana.

O cantor americano vestiu um macacão rosa no estilo Fórmula 1, enquanto sua banda usou modelos parecidos na cor preta. É uma referência à corrida da modalidade, que também acontece em São Paulo no fim de semana e motiva a existência do festival.

Os espaços no estádio do Palmeiras passaram longe de estarem lotados no show de MGK, como ele é chamado. Nenhum setor estava cheio na tarde deste sábado (4), dos mais caros aos mais baratos, incluindo dezenas de milhares de cadeiras vazias -o andar superior não tinha uma pessoa sequer.

A baixa lotação não significa que o público era pequeno, afinal o Allianz comporta quase 50 mil pessoas em dias de show. Mas a ocupação foi muito aquém do espaço disponível.

Rapper que depois fez sucesso cantando pop punk, MGK mostrou essas duas facetas logo de cara. Emendou “Papercuts”, um rock, em “Pressure”, um trap, em movimento que se repetiu ao longo do show.

Mas apesar do passado no rap, o cantor hoje pende mais ao pop punk, numa espécie de releitura da sonoridade roqueira que marcou os anos 2000. Também na parte visual, ele emula essa era, num tributo à estética emo.

Ele seguiu nessa pegada com “God Save Me”, em que narra a trajetória de um adolescente deprimido e desajustado com pensamentos suicidas e problemas com drogas. Depois, brincou que alienígenas desceriam no Allianz Parque e cantou “Concert for Aliens”.

Apesar de MGK sempre se comunicar com o público, a plateia estava um tanto morna, com exceção de alguns fãs mais emocionados. Ele quis tanto agradar que cantou em português o sucesso “Danza Kuduro”, de Don Omar.

Nessa música, perguntou se estava mesmo no Brasil ou nos Estados Unidos. Foi uma provocação para o público fazer mais barulho e participar mais da apresentação.

MGK ainda vestiu uma camiseta da seleção brasileira de futebol e lembrou do show que fez no festival Lollapalooza, no ano passado. Esta é a segunda passagem dele pelo Brasil.

Em “Drunk Face”, um de seus maiores sucessos, o artista esqueceu a letra da música e recomeçou a performance até acertar. Ele depois cantou a faixa no meio da plateia.

“Sei que vocês vieram aqui para ver o Swedish House Mafia”, ele disse, citando a última atração do dia, que toca depois da cantora pop Halsey. “Vou fingir que vocês vieram por causa de mim. Mas se não cantarem essa próxima vou chorar.”

MGK então puxou “Bloody Valentine”, uma balada pop roqueira que evocou gritos vindos do público nas cadeiras e algumas palmas. Emendou “Emo Girl”, um de seus sucessos, sobre uma paixão por uma garota emo, e “I Think I’m Okay”, outra de suas composições sobre ser um desajustado incompreendido.

Ainda houve tempo para “Forget me Too”, a que mais causou comoção na plateia. Apesar de a música ter sido gravada com participação de Halsey, atração do dia no mesmo festival, ela não deu as caras na performance em São Paulo.

O show acabou com pouco mais de uma hora de duração, sem pedido de bis e sem nunca empolgar o público de verdade. Não foi por falta de empenho do cantor, que ainda trocou de roupa algumas vezes e nunca deixou de pedir a participação da plateia.

O primeiro dia de GP Week ainda tem Halsey e Swedish House Mafia. No domingo, Thundercat e Kendrick Lamar são as principais atrações.

LUCAS BRÊDA / Folhapress

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