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Mais da metade dos aprovados no CNU vai trabalhar pela 1ª vez no setor público

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Mais da metade (52%) dos 6.711 candidatos aprovados no CNU (Concurso Nacional Unificado) não tem experiência no setor público, segundo a ministra Esther Dweck, de Gestão e Inovação. E, entre os que já passaram pelo setor, 22% atuaram como servidores federais.

“Temos uma visão de ter conseguido ampliar o público, principalmente porque há concursos que aconteciam só em Brasília. Mas é claro que os servidores públicos que já têm experiência e passaram por outros concursos acabam tendo uma certa vantagem nas provas”, disse a ministra em entrevista à Folha de S.Paulo na última quinta-feira (27).

O primeiro CNU, em agosto do ano passado, foi o maior concurso público da história do país. Foram 2,1 milhão de inscritos, dos quais 970 mil fizeram a prova. Eles disputaram 6.640 vagas para 21 órgãos federais, com salários iniciais de até R$ 22,9 mil.

A diversidade regional era outra bandeira importante do certame, que ocorreu em 228 cidades e teve aprovados vindos de 908 municípios -com o cadastro de reserva, a cifra sobe para 1.400.

De acordo com a ministra, o número de cidades da segunda edição do concurso vai depender dos inscritos. A meta é que, assim como no primeiro CNU, ao menos 94% dos candidatos estejam a 100 quilômetros de distância de algum local de prova.

Mas alcançar esse objetivo vai depender da logística de cada região. No Norte do país, por exemplo, onde o transporte fluvial exerce um papel importante, há dificuldade para que a prova alcance o maior número de candidatos. A região, que tem 8,5% da população brasileira segundo o IBGE, contou com apenas 5,6% dos que passaram no certame.

“No Norte, a média de 94% é distorcida, porque não conseguimos atender a esse critério tão bem. Também há mais dificuldade de acesso para fazer a prova, então estamos vendo isso.”

Outro ponto que deve ser levado em conta para o próximo certame é a baixa aprovação de mulheres. Elas somaram 56% dos 2,1 milhões de inscritos no certame, mas somente 37% entre 6.711 os classificados.

Segundo Dweck, o ministério ainda estuda possíveis motivos para isso. Uma hipótese é de que mulheres tinham mais dificuldade para dedicar tempo aos estudos por terem uma carga maior de trabalho doméstico e familiar.

Agora, a pasta vai avaliar com o MRE (Ministério das Relações Exteriores) se a política de cotas para a diplomacia de fato elevou o número de candidatas aprovadas. A ação afirmativa foi lançada no ano passado, quando a pasta anunciou a convocação adicional de até 75 candidatas para a segunda fase da prova, para que ao menos 40% dos aprovados para essa etapa fossem mulheres.

“Uma coisa que a gente acha que pode ajudar é ter concursos mais periódicos, porque aí o estudo não precisa ser tão concentrado, com as pessoas conhecendo melhor a forma do concurso” afirmou Dweck. “Mas vamos estudar com [o MRE] se a política deu efeito, porque isso eventualmente poderia ser algo a ser replicado em outros concursos.”

LUANY GALDEANO / Folhapress

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