SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As apresentadoras do Fantástico, Maju Coutinho e Poliana Abritta, falaram sobre o foco na diversidade do tradicional programa de domingo, que completa 50 anos.
A diversidade, um dos maiores ativos lucrativos da indústria cultural contemporânea, ganhou evidência no Fantástico com a contratação de Maju Coutinho, a segunda mulher negra à frente do programa em cinco décadas, depois de Glória Maria.
Embora também tenha passado a se posicionar em outros telejornais, a emissora tem no Fantástico uma de suas principais vitrines para condenar atos como o ataque às sedes dos três Poderes e o racismo contra o jogador Vinicius Junior.
“Tem questões que são inegociáveis racismo, homofobia, negacionismo, ameaça à democracia. Não me sinto à vontade para tecer um editorial nem posso fazer isso, mas a posição pode vir até no olhar ou na feição”, diz Coutinho.
A apresentadora enfrenta há anos ofensas racistas nas redes sociais e já levou aos tribunais de Justiça quem a ofendeu.
Numa busca no Google por Maju Coutinho, por exemplo, o primeiro resultado é relacionado à sua demissão o que nunca aconteceu.
“O que é negativo dá clique. Nem procuro mais meu nome [na internet]. Só aborrece”, afirma. “Não tivemos muitas conversas, mas lembro de a Glória Maria me dizer ʽerga a cabeça e siga firmeʼ. Ela abriu o caminho.”
Coutinho conheceu Glória Maria durante a premiação “Rio Sem Preconceito”, em 2015, quando recebeu o prêmio pelas mãos da jornalista mais experiente.
Em sua morte, a apresentadora fez um post no Instagram em que revelou ter ficado em “transe” durante o encontro. “Eu estava frente a frente com a pessoa que me abriu o portal para o mundo do possível”, escreveu.
Redação / Folhapress