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Majur manda notícias de Berlim em meio a turnê europeia com músicas em Iorubá

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Ao completar seis anos de carreira, Majur, 29, topou fazer uma turnê de um mês por cidades da Alemanha, Dinamarca, Suécia, Noruega, Espanha, Inglaterra e França, apresentando músicas do recém-lançado álbum “Gira Mundo”, com 16 faixas em iorubá.

São cantigas para os orixás do candomblé, sua religião. “Acredito que eles não entendam muito bem as letras, mas sentem no coração a mensagem”, diz. “Estou em êxtase”, comemora a cantora, que falou por telefone à reportagem, direto de Berlim.

Acompanhada por banda e bailarinos, Majur conta que se surpreende com o estranhamento -e o encantamento- dos europeus ao vê-la no palco (ela tem 1,93 m de altura). “Sou bem alta, né? Isso ajuda, mas acho que eles adoram mesmo é a cabeça de palha que uso nos shows, que faz referência à cultura africana e também ao artesanato brasileiro. Enfim. O figurino, a percussão, a imagem, o som… tudo ali é real. Eu sou real”, explica a cantora baiana.

Majur também percebeu a diferença de como é vista na Europa, em relação ao Brasil. E elas são muitas. Para a artista, o pessoal lá (pelo menos o público de seus shows) é mais aberto a novidades. “Eles sentem que eu sou diferente -lógico, eu sou diferente-, mas é um lugar de experiência. Eles pensam: ‘Eu vou descobrir o que é aquilo, quero ver e sentir o que é’.”

Outra percepção: “Eles não têm o que o Brasil tem: a crítica. Eles não olham e criticam. Eles olham e querem saber. São curiosos, e sinto que é um público que vou ter para sempre.”

Para Majur, a turnê pela Europa acontecer justamente no Mês do Orgulho LGBTQIA+ é também uma conquista. “Já me subestimaram bastante, e estar aqui foi um mérito meu. Tenho total consciência do quanto trabalhei para chegar até aqui, e é muito difícil viver no Brasil, viver de música no Brasil e ser uma artista trans”.

Ela não esconde um certo desgosto com a falta de incentivo no país em que nasceu. “Tenho certeza de que algumas pessoas poderiam ter feito -e ainda podem fazer- muito mais por mim. Tudo bem, elas escolheram não fazer. Mas eu não posso parar. Não estou mais preocupada com o que as pessoas vão achar sobre o que eu estou fazendo. Eu preciso fazer o que o meu coração está dizendo”, conclui.

ANA CORA LIMA / Folhapress

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